Secretaria Municipal de Educação
Ombela foi uma deusa que, ao chorar de tristeza, fez nascer a chuva. Mas para não fazer mal aos que viviam na terra, desaguou seu pranto nos mares. Seu pai a ensinou que chorar poderia ser bom e que a alegria poderia fazer surgir outro tipo de lágrima. A deusa aprendeu que há tempo para tudo e com a ajuda do pai suas lágrimas, doces e salgadas, fizeram surgir os mares e lagos.
Esta é a história que as professoras Daiana Mendes Pereira Martins e Geisa Pires, da Creche João da Cruz e Sousa, localizada no bairro Areias do Campeche, interpretaram para as crianças em comemoração ao mês de aniversário do poeta simbolista que dá nome à unidade. Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na antiga Desterro, atual Florianópolis.
Os pequenos assistiram a um teatro de sombras do livro “Ombela: a origem das chuvas”, do escritor angolano Ondjaki. Ao todo oito turmas, com crianças de 6 meses a 6 anos, viram o espetáculo. A peça contou com rufar de tambores e narração de cenas. Quando Ombela chorava era borrifado água na plateia e entoada a música “Pau de Chuva”.
Cruz e Sousa
Filho de escravos, esteve envolvido ativamente em lutas contra o racismo. Em 1881, já comandava o jornal Tribuna Popular, combatendo a escravidão e o preconceito. Dois anos depois, foi recusado como promotor da cidade de Laguna, justamente por ser negro.
O poeta aprendeu francês, latim e grego, bem como dedicou-se à matemática e ciências naturais. O primeiro livro foi lançado em 1885, Tropos e Fantasias, em parceria com Virgílio Várzea. Em fevereiro de 1893, publicou Missal e, no mesmo ano, em agosto, foi a vez de Broquéis, que deu início ao Simbolismo no Brasil, movimento literário que se estendeu até 1922.
Em 19 de março de 1898, aos 36 anos, morreu vítima da tuberculose.