Secretaria Municipal de Educação

04/10/2010 - Educação
O Andarilho foi um dos vencedores da OLP na categoria Crônica
O trabalho pertence à aluna Bárbara Conti

Olimpada de Língua Portuguesa, Barbara uma das crianças vencedoras

 

Na sexta-feira, dia 1º de outubro, no Centro de Educação Continuada da Secretaria Municipal de Educação, houve a premiação dos vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa, etapa municipal. Bárbara Conti (acompanhe o vídeo), da Escola Básica Municipal João Alfredo Rohr, foi um dos vencedores na categoria Crônica. Ela tem 15 anos é estudante da oitava série. 

 

O objetivo da Olimpíada foi de permitir aos estudantes do ensino fundamental e ensino médio de resgatar histórias, estreitar vínculos com a comunidade e aprofundar o conhecimento sobre a cidade onde vivem.

 

Na categoria Poemas, os classificados são Luís Eduardo Bernardes (EBM João Alfredo Rohr) e Selmo da Silva Mendes Júnior (EBM Osvaldo Machado), e em Memórias Jhonathan Ditemar dos Santos (EBM Paulo Fontes) e Lorena Beata Morais (EBM Dilma Lúcia dos Santos). Na parte de Crônicas os agraciados foram Bárbara Conti Viggânigo (EBM João Alfredo Rohr) e Kelwin de Souza (EBM Professor Anísio Teixeira). No Artigo de Opinião, quem ficou com a vaga foi Ariane Cláudia Alves da Silva, da Escola Básica Estadual Lauro Müller. Os estudantes ganharam como prêmio livros e um DVD com os textos selecionados. 

 

O Andarilho

 

Ele anda pelas ruas do meu bairro, Córrego Grande, como qualquer andarilho andaria pelas ruas de Florianópolis.

 

Suas roupas são velhas, desgastadas, rasgadas e sujas. Ora aparece com sapatos novos e no dia seguinte sem eles. Certamente vende-os ou trocou-os pela bebida que alimenta seus dias.

 

Sempre está com alguma coisa nas mãos: cigarros, garrafas de cachaça, caixas de papelão, pão velho ou até bolsas com roupas ganhadas ou deixadas nos muros e portões das casas para os que desejam levar.Ele vive da caridade de quem dá o que sobra, mas não recebe o  que necessita.

 

Muito embora tenha a aparência jovem, seus cabelos são grisalhos. Às vezes surge com a barba comprida  para na semana  seguinte aparecer com ela curta novamente.

 

As pessoas que o conhecem, cumprimentam: as que não conhecem, nem o olham muito, igual se faz com os andarilhos, ou cães abandonados. Mesmo as  que o cumprimentam, não se aproximam muito. Talvez pelo cheiro. Talvez pelo medo.

 

Talvez pelas duas coisas. Já ouvi dizer que é agressivo. Se  tem família, não sei dizer, pois sempre o vejo sozinho e isso me dá  uma grande angústia. Deve ser horrível a solidão.

 

Viver nas ruas foi uma escolha dele? Talvez.

 

Parece que nas ruas ele encontra a liberdade que não tem em casa. Mas é uma liberdade que o priva de cuidados, de carinho e de afeto.


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