Secretaria Municipal de Educação

12/07/2014 - Educação
Educação encerra campanha contra o uso do cerol
No Parque de Coqueiros, houve diversos alertas sobre uso do material cortante nas brincadeiras

foto/divulgação: Ricardo Medeiros

Pipeiros ensinam arte para criançada

Adriano cortou o dedo com cerol. Foi então que tomou uma decisão: nunca mais colocar na linha de empinar pipa a mistura de cola com vidro moído. “Quando eu me cortei, fiquei com medo, sangrou bastante. Aí, eu chamei a minha mãe”, disse o menino de 10 anos.


Adriano percebeu que a brincadeira poderia ser divertida e nada perigosa sem o preparo artesanal. Juntamente com o colega João, de 11 anos, ele esteve neste sábado (12), no Parque de Coqueiros, região continental de Florianópolis, para participar do encerramento da semana da campanha “Soltar pipa sem cerol também é legal”.


A iniciativa da Secretaria de Educação da Capital quer alertar à população sobre a arma em que o cerol pode se transformar.  Além de causar graves ferimentos, o material pode provocar morte imediata, se atingir, por exemplo, o pescoço, lembrou o secretário Rodolfo Joaquim Pinto da Luz.  Presas aos fios da rede elétrica, as pandorgas são responsáveis por curtos-circuitos.

 

No palco, montado no Parque de Coqueiros, houve a encenação da peça teatral “Brincadeira perigosa”. O grupo artístico da ONG Gratta apresentou a história de um motoboy que foi atingido pela linha com cerol. O motoqueiro caiu e teve fraturas na coluna vertebral, o que o tornou paraplégico.

 

A coordenadora do grupo, Vera Costa, alertou que a realidade dos acidentes e tragédias relacionados ao preparo artesanal está bem perto de todos. “Basta uma criança, um jovem estar soltando uma pipa com cerol”, disse ela.

 

Espaço livre

 

A “Busqueee” é uma equipe de pipeiros. Civolnei, Leandro e Diego são os organizadores do grupo que reúne cerca de 30 pessoas. Eles ensinaram crianças e adultos a arte de fazer o brinquedo.

Civolnei lamenta que existam poucos lugares em Florianópolis livres de fios e longe de casas e prédios  para empinar pandorgas. “Em outros estados, já foram criados espaços batizados de pipódromos”, destacou.

A Prefeitura distribuiu material informativo da campanha, com fôlderes e cartazes. O material também chama atenção para a linha chilena, que é usada para empinar as pipas. O produto corta quatro vezes mais do que a linha de cerol. A técnica utiliza quartzo moído e óxido de alumínio.

A linha é tão perigosa que não perde a propriedade de corte mesmo quando molhada pela chuva.   O vereador Vanderlei Farias, o Lela, irá apresentar projeto de lei para proibir a comercialização da linha chilena no município. 

Shows

Aproveitando a manhã ensolarada, muitos pais levaram seus filhos para participar da revoada de pipas. Houve show de fanfarra e encenação da peça Saltimbancos, atrações da Escola Municipal José Jacinto Cardoso.

A Banda do Exército também se fez presente. A campanha foi encerrada com o artista Valdir Agostinho, que cantou músicas manezinhas. Como artista plástico, é conhecido por sua fabricação de pipas.

Apoiadores

A campanha “Soltar pipa sem cerol é legal" teve o apoio do Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Defesa Civil, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina), Sesc, Secretaria Municipal do Continente e Tractebel.


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