Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

11/09/2017 - Cultura
Os artistas Eli Heil e Saulo Falcão morrem em Florianópolis

foto/divulgação: Divulgação Site Eli Heil

A artista Eli Heil morre aos 88 anos em Florianópolis

A cultura de Florianópolis está em luto. Neste sábado e domingo, 09 e 10 de setembro, a cidade perdeu dois grandes artistas, Saulo Falcão e Eli Heil.

 

Eli Heil faleceu aos 88 anos em Florianópolis depois de sofrer duas paradas cardiorrespiratórias neste domingo, 08 de setembro. Internada desde o dia 29 de agosto, a artista plástica não resistiu aos problemas respiratórios que por anos a acompanhavam. A artista plástica deixa três filhos, dois netos e dois bisnetos. Além de uma obra marcante e única.

 

Autodidata, a desenhista, escultora e ceramista Eli Heil doou sua vida para a arte e deu vida à arte. Com talento, criatividade, imaginação, a artista plástica inventava e se reinventava, transformando em obra tudo aquilo que ousasse tocar.

 

Com maestria e ousadia, fez panos virarem telas, palitos e agulhas substituírem pincéis, criou arte onde muitos só viam lixo, enxergou além, a frente do seu tempo, inovou ao desenvolver técnicas novas e únicas, fez sua arte ser considerada incomum, construiu seu próprio universo.

 

Com 55 anos de trabalhos, o mundo de Eli Heil ganhou o mundo. Ao longo do tempo a artista teve suas obras expostas e admiradas em várias exposições nacionais e internacionais. Em 1987 ela criou o Mundo Ovo de Eli Heil, museu que abriga parte do acervo e que, portanto, conserva o legado e parte da vida desta que foi uma das artistas mais inovadoras e marcantes de Santa Catarina. O Museu fica localizado às margens da SC-401, em Florianópolis.

 

Saulo Falcão faleceu no último sábado, 09 de setembro, aos 41 anos de idade, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. Manezinho, natural de Santo Antônio de Lisboa, ainda jovem foi diagnosticado com esquizofrenia. O encontro com a arte o ajudou a conviver com a doença.

 

Com pincéis e tintas em mãos, Saulo conseguia reproduzir e exteriorizar parte dos sentimentos que o atormentavam internamente. Assim sendo, suas obras eram um reflexo de sua alma, era a forma que encontrava de falar ao mundo, de criar, de fazer arte. Deixa seu legado, seu grito, deixa a forma que encontrou de transpor as dificuldades e, apesar das limitações, deixar sua marca e seu nome gravados na história da cultura catarinense.

 

A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude e a Fundação Franklin Cascaes lamentam profundamente estas perdas e solidarizam-se com os familiares e amigos destes dois grandes artistas que nos deixaram, mas que seguirão como ícones da cultura e da arte de Florianópolis, Santa Catarina e do Brasil.