Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

06/02/2018 - Cultura
FIK 2018 promove mais de 90 atrações culturais em Florianópolis
Desde domingo o evento invadiu Florianópolis com extensa programação cultural.

foto/divulgação: Divulgação FIK 2018

FIK 2018 promove mais de 90 atrações culturais em Florianópolis

Encerra nesta terça-feira, 06 de fevereiro, em Florianópolis, o Festival Internacional de Arte e Cultura José Luiz Kinceler (FIK 2018), que oferece desde o último domingo intensa programação cultural. São mais de 90 atrações de música, dança, artes cênicas e visuais, audiovisual, design, moda, cultura popular, exposições e feiras, além de oficinas, encontros, palestras, workshops e rodas de conversa.

 

O FIK 2018 atende um público de todas as idades com uma agenda específica direcionada a estudantes, profissionais, educadores e artistas. A programação prevê convidados do Chile, Argentina, Uruguai e Peru.

 

O evento é uma realização do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) com o apoio da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, Prefeitura de Florianópolis, por meio da Fundação Franklin Cascaes, e do Sesc em Florianópolis.

 

A superintendente da Fundação Franklin Cascaes, Roseli Pereira, garantiu agendas pautadas na arte popular e num projeto de artes visuais conduzido por Sandra Conceição Nunes, que faz Visitação da Circuitos de Arte Pública em Florianópolis. Outra atividade que envolve a instituição é a presença das rendeiras nas tendas que abarcam outras feiras, como a Feira Livre de Arte Universitária (Flau), a Feira de Produtos do Saber, o Parque Gráfico – Pocket Edition e a Flambloiã frete – Feira de Publicações.

 

A superintendente da Fundação também fez a articulação com o grupo folclórico Alivanta meu Boi, que desde 1995 busca resgatar a tradição açoriana com apresentações de boi de mamão. Entre os personagens retratados estão o boi, Mateus, Moreninha, os urubus, benzedeira, vaqueiro, cabras, urso branco e preto, macaco, gorila, bernunça e seu filhote, Maricota, Marieta e Valdemar. A apresentação ocorre nesta terça, às 13h.

 

De acordo a diretora do Ceart, Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva, a iniciativa busca cumprir com os compromissos de distribuição do acesso à arte e cultura como uma produção social da instituição de ensino, oferecendo opções de formação cultural e entretenimento fora do calendário escolar. “O Centro de Artes é uma alternativa de ampliação de lazer cultural para moradores e turistas. A realização no recesso possibilita o acesso da comunidade aos espaços físicos do Ceart no período de férias”.

 

Outro aspecto levantado pelas organizadoras é o desejo de fortalecer laços com intelectuais de outros países e ajudar a internacionalizar os cursos de pós-graduação da Udesc. Formação de redes e vínculos estão na base do projeto.

 

 

 

KINCELER, O HOMENAGEADO

 

Desenhista, pintor, ceramista, escultor e professor de artes visuais, José Luiz Kinceler (1960-2015) empresta seu nome ao Festival. Graduado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (1984) e com doutorado em escultura na Universidad del País Vasco (2001), fez pós-doutorado em Arte Pública pela UFF-RJ (2010).

 

Como professor atuou nos cursos de graduação e do Programa de pós-graduação em Artes Visuais do Centro de Artes da Udesc. Sua trajetória como artista teve como marca a ênfase em arte relacional em sua forma complexa, arte pública de novo gênero e processos criativos emergentes.

 

Natural de Curitiba (PR), morreu em junho de 2015 em Florianópolis, aos 54 anos de idade, em decorrência de um AVC. Um dos pioneiros das Oficinas de Arte do Centro Integrado de Cultura (CIC), o nome dele também está fortemente ligado à formação de alunos nas décadas de 1980 e 1990 em aulas de escultura em cerâmica e bronze. Nome significativo da chamada Geração 80/90, integrou os emblemáticos grupos Nha-Ú e o Artmosfera.

 

No currículo estão ainda exposições coletivas e individuais em Santa Catarina, no Brasil, nos Estados Unidos e na Argentina. Em 1996, criou o Monumento Integração Conesul, instalado no jardim do CIC, em Florianópolis.

 

 “Ele deu grande contribuição ao departamento, ao contestar o tradicional, pois pensava a arte na perspectiva relacional. Ele tem um legado por suas ideias e no campo da educação”, pontua Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva que, além professora da graduação e pós-graduação em Artes Visuais da Udesc, também foi colega de Kinceler na coordenação do programa de mestrado e doutorado em Artes Visuais, de 2011 a 2014.