Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

21/03/2019 - Cultura
Peninha lança autobiografia e narra os casos e ocasos raros do litoral de SC
Evento que faz parte das comemorações de 346 anos de aniversário de Florianópolis

foto/divulgação: Arquivo pessoal

Peninha

“Narrativas absurdas: verdades contadas por um mentiroso é um texto autobiográfico que mescla o testemunho da experiência vivida com o olhar fugidio da imaginação que se lança sobre a memória quando então tudo se mistura: realidade, ficção, poesia, espanto, tragédia e assombração, no melhor que o realismo mágico, enquanto gênero literário, pode oferecer”, resume Bebel Orofino, roteirista e escritora que assina a edição da obra junto com o autor.  Grande amiga do Peninha e autora de projetos importantes como a minissérie Ilha das Bruxas, o espetáculo teatral Catharina, uma ópera da Ilha e o livro Vozes da Lagoa, foi dela a ideia de transformar o manuscrito em livro, incentivando-o à publicação.
 
“A mitologia da Ilha de Santa Catarina é sensacional.  E pouco se fala sobre isso.  Santa Catarina é o único estado do Brasil onde se encontram narrativas mágicas únicas, surreais, com seres sobrenaturais próprios - em especial, as bruxas e os bruxos e suas estripulias. E, é claro, a proteção das poderosas benzedeiras e dos benzedores, com suas rezas, amuletos, breves, ervas e receitas infalíveis”, reforça Bebel Orofino.  E acrescenta: “Se engana que pensa que só há bruxas!” E cita outras personagens incríveis como: boitatás, vacatatás, ondinas, sereias, lobisomens, vampiros, mulas-sem-cabeça, fantasmas, visagens, almas em procissão entre outros seres do mundo sobrenatural.
“E este livro do Peninha fala de tudo isso com sotaque local. Não há dúvidas de que é um dever nosso a publicação e a difusão destas histórias que guardam a alma da nossa cultura popular”, enfatiza.
O autor
Nascido em São Pedro de Alcântara, em 10 de agos¬to de 1949, Gelci José Coelho, o Peninha, é um dos guardiões da história, memória, cultura e arte de Santa Catarina. Cresceu e viveu em São José até bem pouco tempo, quando se mudou para a encantada Enseada de Brito, em Palhoça, onde mora até hoje.
 
O fotógrafo
Biah Schmidt, outro grande amigo do Peninha, foi o “fotógrafo oficial” do artista nos anos 1970.  “Eu admirava muito o Peninha, a pessoa dele, o grande artista, a irreverência, a casa dele – aquela geodésica louca -, então tomei a iniciativa de fotografar o seu cotidiano.  Foi maravilhoso encontrá-lo agora, em 2018 na encantada Enseada como ele próprio se refere, para repetir a experiência”, comenta Biah Schmidt. 
 
A iniciativa conta com o apoio da Prefeitura de Florianópolis através da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude e Fundação Franklin Cascaes.
 
Serviço
 
O livro será lançado no dia 21 de março (quinta-feira), às 19h, em evento no Museu da Escola Catarinense (MESC), em Florianópolis,
com sessão de autógrafos, performances artísticas e a abertura da
exposição Um boitatá em dois tempos, com registros fotográficos
de Biah Schmidt de duas diferentes fases da vida de Peninha. A exposição segue até o dia 29 de março, no hall do MESC.


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