IGEOF - Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis
“Não somos comerciantes, somos empreendedores”, corrigiu a artesã Beatriz Guterrez, ao ouvir um repórter que fazia uma matéria no local da II Feira da Economia Solidária, na Avenida Paulo Fontes.
De fato, apesar de estarem vendendo seus produtos na Feira, realizada nesta quinta, os doze empreendedores não são comerciantes, que são intermediários entre produtores e consumidores, não cabendo a eles a produção do que vendem.
No sistema de economia solidária, grupos de pessoas participam da produção desde a coleta do material, no caso de produtos reciclados, até a venda do produto finalizado.
“Nosso objetivo é o reaproveitamento de material. Reaproveitamos todos os resíduos de fábricas de cortina, de moda infantil, enfim, tudo o que essas fábricas não aproveitam são doados para nós”, diz Guterrez, que faz parte do grupo Flor de Lótus há quatro anos. “Fazemos bolsas, mochilas, nécessaires. Transformamos o material que não seria mais usado em algo com utilidade”, finaliza.
Ana Carolina e Fernando tem uma história diferente. Natural de Blumenau , o casal participa da feira vendendo os – deliciosos – cookies que produzem desde maio, também de acordo com os preceitos da economia solidária. "Nosso trabalho é feito em família. Desde a logomarca, criada pela minha cunhada, passando pelos ingredientes que adquirimos de pessoas que trabalham com economia solidária, até o produto final que nós mesmos fazemos", diz Carolina.
“A gente começou a trabalhar com isso por causa de uma viagem que fizemos”, conta Fernando. Durante quatro meses pedalaram de Blumenau a Montevidéu, no Uruguai. Uma das paradas no percurso foi Florianópolis, onde ficaram por cerca de um mês produzindo peças artesanais para vender e continuar a viagem, mas a empreitada não deu muito certo.
“Vimos que tinha outras pessoas que faziam o mesmo trabalho e bem melhor que nós, aí resolvemos mudar o foco”, diz Fernando. Foi nesse momento que surgiu a ideia de trabalhar com doces. Primeiro, brigadeiro e agora, vendendo os cookies na cestinha da mesma bicicleta que os levou tão longe, o que é uma das metas da própria economia solidária: chegar longe.
“Nosso grande objetivo é a divulgação desse movimento, trazer mais gente, agregar pessoas ao nosso trabalho”, conclui a artesã Marilda Mafra.
A II Feira de Economia Solidária é um projeto da Prefeitura Municipal de Florianópolis, por intermédio do IGEOF, em parceria com o Ministério do Trabalho e o Forum Regional da Economia Solidária de Florianópolis e aconteceu somente nesta quinta na Avenida Paulo Fontes, Centro, permanecendo aberta até as 18 horas.
