Sob aplausos e muita alegria da platéia, a Escola de Samba Amor à Terceira Idade abriu o desfile oficial do carnaval de Florianópolis. Com sete alas representando as etnias catarinenses, a escola resgata a cultura e tradição dos imigrantes, contando um pouco da história e dos costumes de índios, negros, italianos, alemães, poloneses, japoneses e açorianos que se estabeleceram no Estado.
A escola é a única no Brasil que trás para avenida a terceira idade. Criada na Secretaria de Assistência Social, a escola também trouxe à passarela o espírito voluntário, chamando a atenção para a inclusão social de portadores de necessidades especiais, representado por uma ala de 40 cadeirantes.
Trabalhando por Florianópolis foi outra ala que deu consistência carnavalesca para a agremiação que desfila pelo terceiro ano consecutivo. O brilho e a felicidade estampada no rosto de seus 3.500 componentes contagiaram e empolgaram a platéia que não parava de bater palmas.
O ponto alto do Amor a Terceira Idade foi a ala formada por 600 integrantes do Morro do Céu que prestou homenagem póstuma a sua eterna rainha da bateria: a carnavalesca Nega Tide, que teve sua vida abreviada aos 65 anos, no mês passado.
Além de moradores de Florianópolis, também desfilaram pela escola carnavalescos de São José, Angelina, Paulo Lopes e Palhoça. Alguns carnavalescos com 96 anos de idade ainda tiveram energia para sacudir o esqueleto. Amor a Terceira Idade, a única escola fez um desfile impecável, cumprindo com exatidão o tempo de uma hora e vinte minutos estipulado pelos jurados e no final arrancou aplausos de mais de 30 mil pessoas que lotaram a Passarela Nego Quirido.
Confira o samba enredo da escola: “um mosaico cultural”
Enredo: etnias catarinenses – um mosaico cultural
Compositor: Cesinha (César Nunes)
Santa Catarina, mosaico cultural
Desbravadores imigrantes
Aqui chegaram nessa terra colossal
Portugueses açorianos com a missão de defender o litoral
Trouxeram contribuições
Vários costumes e suas tradições
E os alemães povo festeiro e trabalhador
Nas festas de outubro
A alegria contagia com amor
Sou idoso, mas sou feliz
Vou pra Oktober me divertir
Tomar um chopp gelado, comer chucrute adoidado
Viver a vida que eu sempre quis
Italianos aportaram pras bandas do sul
Na fé da religião, capelas imploravam devoção
Na imensidão de suas terras
Da uva veio a transformação
No vinho um produto de beleza
Videira bem traduz essa riqueza
Com braços fortes, poloneses semearam nosso chão
E diante dessa miscigenação
Os negros, foram peça essencial
“Nega Tide” que o diga
Patrimônio do nosso carnaval
Amor à terceira idade
Na passarela da alegria vem mostrar
As etnias do nosso estado
Na formação desse povo exemplar