14/02/2010 - SC - Turismo
Pop Gay premia musas do Carnaval GLS nesta segunda-feira
O concurso é um dos eventos mais prestigiados pelas famílias de Florianópolis e pelos turistas que visitam a cidade. expectativa da organização é reunir um público de 60 mil pessoas no local

foto/divulgação: Dieve Oehme

Tiago Silva, Silvety Montilla e Selma Light são as estrelas do evento

Consolidada como novo espaço do carnaval gay de Florianópolis, a Praça Tancredo Neves, no Centro, recebe nesta segunda-feira (15/02) o 17º Concurso Pop Gay, que premia as rainhas da passarela mais animada da folia de Momo e do meio GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros). A festa inicia a partir das 20h, com apresentações de artistas locais, tendo como mestre de cerimônias a drag queen Silvetty Montilla, que comanda o evento há oito anos. A cantora paulista Amanda Perón é atração nacional desta edição.


Além da decoração e da segurança reforçada no novo espaço, o Pop Gay 2010 terá participação das drags Marluce May, Kátia Karão, Selma Light e Aguillera. Promete também muito papel picado, raios laser, luzes e cores para dar brilho ao desfile das candidatas ao título de Beauty Queen, que premia a mais elegante das candidatas, e Drag Queen, que elege a mais caricata entre as concorrentes. As inscrições para o concurso podem ser feitas até uma hora antes do início do evento e são limitadas por categoria.


Na categoria Beauty Queen os jurados analisam os itens beleza, fantasia e performance durante o desfile. Para a modalidade Drag Queen é considerada a caracterização, fantasia e também a performance na passarela. Os primeiros colocados nas duas categorias recebem o troféu Roberto Kessler, além de R$ 2mil em prêmio, faixa e coroa.


Durante o 17º Pop Gay, serão também homenageadas pessoas e entidades que contribuíram para dar visibilidade à comunidade GLBT em Florianópolis, destacando-se na defesa dessa minoria e no combate ao preconceito contra os homossexuais. Elas também vão receber o troféu Roberto Kesller, que leva o nome do jornalista, morto em 1999, e que por muitos anos foi o apresentador do evento.
No ano passado, o Pop Gay reuniu cerca de 50 mil pessoas na estréia, na Praça Tancredo Neves – um recorde de público. Na categoria Beauty Queen foi eleita Maria Eduarda Venturini, com a fantasia “Salve Nossa Senhora Aparecida e Nossa Mãe Oxum”, que veio da Itália para participar do evento. Já na categoria Drag Queen a vitoriosa foi a gaúcha Elizabeth Coffe, que participou do concurso pela primeira vez, concorrendo com 22 candidatas. Ela arrancou suspiros da platéia ao se apresentar com a fantasia “Imperatriz das Uvas”.

 

 O começo

 
Desde a década de 1970, a região próxima à avenida Hercílio Luz configurou-se como um espaço “alternativo”, reunindo artistas, jornalistas e intelectuais. Na época, não existia, em Florianópolis, bares e nem boates exclusivas para o público gay, que freqüentava locais considerados liberais e mais receptivos à presença de homossexuais. Um desses bares era o Roma, situado na região onde acontecia o concurso Pop Gay até o ano passado.


No final da década de 1980, já eram promovidos, nas imediações do Roma, concursos durante o carnaval, organizados inicialmente pelos próprios freqüentadores do bar. A partir de 1993, a promoção passou a ser feita pela Prefeitura de Florianópolis. Com estrutura similar a de outros eventos realizados no carnaval, o evento foi crescendo a cada ano e atraindo um público bem heterogêneo. Atualmente, o Pop Gay é uma competição exclusiva para o meio GLBT, e que integra o calendário oficial do Carnaval no município.


Até 1998, o concurso teve como apresentador o jornalista Roberto Kessler, que sempre subia ao palco vestido com trajes femininos, garantindo ao espetáculo o perfil que ele tem até hoje. Em várias apresentações Kessler dividiu o palco com a jornalista Luiza Gutierrez. Com sua morte, no final de 1999, vítima de câncer no fígado, a Prefeitura de Florianópolis buscou um substituto para manter a tradição.


Em 2000, convidou Ciro Brilhante para apresentar o evento e criou o troféu Roberto Kesller para premiar os vencedores do concurso. No ano seguinte, quem subiu ao palco foi Ricardo Saugo, mais conhecido como Vogue, que apresentou a festa também em 2002. Em 2003, a Administração Municipal investiu na ampliação da estrutura, trazendo o show nacional do performista Sílvio Cássio Bernardo, mais conhecido no mundo GLBT como Silvetty Montilla, que pelo oitavo ano vai comandar as apresentações no palco.


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