No sul do país 35,4% das mulheres negras (soma de pretas e pardas) são chefes de família. Entre as mulheres negras de 16 a 59 anos da região sul, 78,3% estão na faixa de pessoas economicamente ativas e somente 47,3% estão empregadas em trabalhos formais.
Trabalhadoras negras com 12 ou mais anos de estudo tem um rendimento-hora de 15 reais, sendo que as trabalhadoras brancas com mesma escolaridade recebem em média 19,30 reais. Na análise das famílias chefiadas por pessoas negras, verifica-se que neste grupo 32% são pobres, sendo que nas famílias chefiadas por pessoas brancas apenas 16% são pobres.
Entre as pessoas atendidas pelo bolsa família na região sul, 24,4% são negros (MDS 2012). Entre as trabalhadoras domésticas com idade acima de 16 anos na região sul, as trabalhadoras negras tinham rendimento médio de 548,09 reais (abaixo do salário mínimo), sendo que as trabalhadoras brancas tinham uma média de 572,45 reais em 2011.
Esses dados demonstram a necessidade do fortalecimento de políticas públicas em todas as áreas, específicas para as mulheres negras, que ainda ocupam o último lugar na pirâmide social em todas as regiões do Brasil. Para mudar este quadro realizamos na data de ontem um seminário com o objetivo de dar visibilidade às mulheres negras de nosso município, e em conjunto com os movimentos de mulheres negras construirmos políticas públicas que objetivem o desenvolvimento dessas mulheres.
Entre os presentes, mulheres negras que historicamente lutam por igualdade de oportunidades e contra o racismo. Exemplo disso foi a apresentação do Movimento Negro Unificado - MNU, que relatou a experiência de projetos de elevação de escolaridade e qualificação profissional, desenvolvido com mulheres das comunidades da Queimada e do Mocotó. Ainda nesta oportunidade criamos o Comitê Impulsor da Marcha de Mulheres Negras 2015, que irá organizar a participação das mulheres do nosso município nesta atividade nacional.
Também tivemos a oportunidade de conhecer as ações do Governo Federal e os resultados das políticas públicas que vem gerando maior desenvolvimento econômico, social e cultural das mulheres negras em nosso país. A data de hoje serve para reflexão sobre ações que consigam atingir este grupo que é oprimido pela discriminação de raça e gênero.
Fonte: IBGE 2011