23/10/2014 - SC - Comunicação
DNA do Pescado entra em revista científica
Projeto-piloto da Prefeitura despertou interesse de publicação internacional

foto/divulgação: Petra Mafalda/PMF

Foram analisadas 30 amostras de espécies de pescados

A Operação do DNA do Pescado, realizada pela Prefeitura de Florianópolis no primeiro semestre deste ano, é assunto de um artigo publicado na revista científica inglesa Food Control, de renome internacional. “Além da importância acadêmica, o projeto se torna uma referência nacional para esse tipo de análise”, comemora o superintendente adjunto do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (IGEOF), Tiago Bolan Frigo, coordenador do projeto e um dos autores do artigo.


A operação, que será retomada no próximo verão, correspondeu a um projeto-piloto inédito no Brasil de identificação de amostras de espécies de pescados pelo código de barras do DNA - também chamada “metodologia Barcode de DNA”.


A iniciativa mostrou que 24% das 30 amostras de espécies de pescados coletadas em estabelecimentos comerciais, como supermercados, peixarias e restaurantes, apresentaram problemas considerados fraudes. Elas correspondem, na maioria dos casos, à venda de espécies de pescados inferiores aos anunciados e/ou incompatíveis com a normatização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


Para o Ministério, enquadram-se como bacalhau, por exemplo, o produto salgado ou salgado seco elaborado com peixes das espécies “Gadus morhua” (conhecido como Bacalhau Cod e tido como o bacalhau legítimo), “Gadus macrocephalus” (Bacalhau Pacífico) e “Gadus ogac” (Bacalhau Groenlândia). Além disso, a rotulagem do produto também deve trazer o nome científico da espécie utilizada.


Mas foram encontrados estabelecimentos comercializando como Bacalhau do Porto “Gadus morhua” (e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, o Bacalhau do Porto equivale apenas ao “Gadus morhua”), e um outro peixe salgado seco, o Ling (“Molva molva”), que não é considerado bacalhau. Bem como anunciando como Bacalhau do Porto pescado que, após análise de seu DNA, foi identificado como “Gadus macrocephalus”.


Cabe esclarecer que a “metodologia Barcode de DNA” faz, na prática, um comparativo. Ela verifica se determinada amostra de espécie de pescado à venda in natura, porém já manipulado em filé, por exemplo, em um mercado, ou já processado por um restaurante é a mesma anunciada ao consumidor - levando em conta um banco de dados mundial genético das espécies de peixes.


Artigo


Além do Superintendente Adjunto do IGEOF, Tiago Bolan Frigo, assinam o artigo publicado pela revista Food Control, os pesquisadores Daniel Cardoso Carvalho, Rafael Melo Palhares e Marcela Gonçalves Drummond, da empresa mineira Myleus, de biotecnologia. Ela foi contratada por meio de licitação pela Prefeitura de Florianópolis para efetuar as análises das amostras coletadas durante a Operação do DNA do Pescado. O pesquisador Daniel também tem vínculo com a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais.


Acesse o artigo através do link 
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0956713514006070


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