20/11/2014 - SC - Comunicação
Contra a violência, têm início '16 Dias de Ativismo'
Alunos da rede pública municipal de ensino terão mãos e rostos pintados com o laço branco

foto/divulgação: Mauro Vaz

Campanha foi lançada no Dia Nacional da Consciência Negra

A campanha mundial 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, lançada na tarde desta quinta-feira (20) em Florianópolis, vai envolver até mesmo as crianças. Entre as atividades previstas, está a de pintura do laço branco nas mãos e rostos dos alunos da rede pública municipal de ensino durante todo o dia 5 de dezembro, véspera do Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O laço branco é o símbolo do movimento.

“Para que as crianças cheguem em casa com algum motivo para os pais estarem conversando sobre o assunto”, justificou a Coordenadora Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (CMPPM), Dalva Maria Kaiser, na solenidade de lançamento da campanha, que aconteceu no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, na Agronômica.

Dados da Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis dão conta de que somente do primeiro semestre de 2014 foram registrados na região 1.175 casos de lesões corporais, 50 de estupro e 1.905 de ameaças de estupro contra mulheres, no âmbito doméstico. As informações foram repassadas durante o evento pela presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Sheila Sabag.

Ainda durante a solenidade, a Coordenadora Municipal de Políticas Públicas para a Igualdade Racial, Flávia Helena de Lima, chamou a atenção para o fato de que as mulheres negras são as principais vítimas da violência. “Tudo isso faz com que a pessoa seja impedida de ter um desenvolvimento pleno da sua vida”, refletiu ela.

Campanha

A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é realizada, no Brasil, de 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, a 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No mundo,  conta com a adesão de 154 países. “Porque é uma das temáticas mais importantes da luta das mulheres”, esclareceu a professora Miriam Pilar Grossi, do Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina. Ainda de acordo com ela, a violência contra a mulher também foi a primeira luta que unificou o movimento feminista no País, há cerca de 40 anos.

Em Florianópolis, a iniciativa, este ano, tem como tema “Conheça e Faça Valer seus Direitos”. Neste sentido, ela será marcada por 40 atividades, como palestra sobre violência obstétrica, pedágio educativo com distribuição de cartilha sobre a Lei Maria da Penha (que coíbe e previne a violência doméstica e familiar contra a mulher) e debate sobre diversidade e gênero no mundo do trabalho, entre outras.

“Para o enfrentamento das discriminações que expõem as mulheres às violências, é necessário conhecer e entender as legislações e normas nacionais e internacionais que lhes garantem e asseguram direitos. A falta de conhecimento da legislação e a incompreensão sobre a desigualdade de gênero por parte da sociedade continuam a reforçar os estereótipos culturais sobre o corpo feminino, naturalizando a violência e contribuindo para a exposição das mulheres a todo tipo de risco”, compreende a CMPPM.


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