23/05/2016 - SC - Comunicação
Canhões da Casa de Câmara são restaurados
Peças estão em tratamento químico e irão fazer parte do novo Museu da Cidade

foto/divulgação: Petra Mafalda

Canhões permanecem em tratamento químico até outubro

Dois canhões, provavelmente do século 18, encontrados durante a restauração da Casa da Câmara e Cadeia, estão sendo preparados para serem apresentadas ao final das obras, neste segundo semestre. Um deles pesa mais de meia tonelada. 

Depois de entregue, o prédio irá transformar-se no primeiro Museu da Cidade. Somente os materiais que estão sendo retirados do local e tratados pelos arqueólogos já resultariam em uma bela exposição.

E, como joias da história, todo cuidado é pouco. Os canhões foram encontrados em outubro do ano passado, enterrados nos fundos da Casa da Câmara e Cadeia, e desde lá seguem em tratamento.

O mestre em arqueologia responsável pelo trabalho, Osvaldo da Silva, informou que primeiro eles passaram por um processo de desoxidação e agora estão em hidrólise, processo químico com hidróxido de sódio a 2% - também conhecido como soda cáustica.

“Deixá-los em uma pequena piscina foi a melhor solução que encontramos. O plástico é um material que não reage aos produtos e assim não interfere no tratamento”, explicou o arqueólogo.

Os canhões medem 1,40 e 1,80 metro. O menor pesa 350 kg e o maior, 580 kg. “São peças cuja história não conhecemos. Sabemos que são armas portuguesas, provavelmente do século 18, e que podem ter sido usadas, já que encontramos restos de pólvora”, disse.

As peças irão permanecer em tratamento até outubro, quando o procedimento completa um ano. Depois, farão parte das exposições fixas do Museu da Cidade.

Saiba mais sobre a obra

O investimento é de aproximadamente R$ 7 milhões e os serviços deixarão o prédio de 900 metros quadrados tão novo como se estivesse sendo inaugurado agora.

A obra prevê um anexo de 225 metros quadrados. Lá, haverá um café, salas de apoio administrativo para o museu, banheiros adaptados e um elevador.

Museu da Cidade

O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi contemplado como vencedor do edital lançado pela Prefeitura para implantar o museu no local. A ideia é transformar o espaço num museu que retrate a história de Florianópolis, tudo com interatividade e tecnologia, para permitir vivência dinâmica das obras e do espaço.

O museu deverá contar também a história da Casa de Câmara e Cadeia e de seu idealizador, Tomás Francisco da Costa.

A Casa de Câmara e Cadeia é uma das três edificações mais antigas da cidade. Localizada junto à Praça XV, no Centro, foi construída entre 1771 e 1780. Em seu piso inferior, funcionava a cadeia e no superior, a Assembleia Legislativa Provincial. A cadeia foi desativada em 1930, com a inauguração da penitenciária na Agronômica.


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