Residentes de Medicina de Família e Comunidade e de Enfermagem em Saúde da Família de Florianópolis são treinados durante seus dois anos de formação em técnicas de habilidade de comunicação para promover um atendimento mais personalizado e humanizado aos pacientes. Para isso, são usadas duas estratégias: os grupos de Problem Based Interview (PBI) e os grupos Balint.
As técnicas ajudam os profissionais a lidar com as mais diversas situações no atendimento, aprimorando a empatia na relação profissional-paciente. Também são treinados para melhorar a comunicação de más notícias, como o diagnóstico de um câncer, lidar com pacientes agressivos ou que consultam repetidamente e têm muitas queixas.
De acordo com Ronaldo Zonta, da Coordenação Pedagógica do Programa de Residência em MFC, os resultados são a melhora do relacionamento entre médicos e enfermeiros com seus pacientes. Um dos métodos utilizados, o PBI foi criado no Canadá e tem como modelo os grupos realizados na Espanha. Em Florianópolis, o PBI vem sendo desenvolvido há oito anos. Desde 2013 foi incluído no currículo do Programa de Residência.
Para o grupo de PBI, o médico ou o enfermeiro grava sua própria consulta com um paciente – com devida autorização – para posteriormente levar ao grupo e analisar onde a comunicação com as pessoas que chegam ao consultório pode ser melhorada. Isso pode ser feito para resolver problemas como a gestão do tempo das consultas, pacientes que não dão continuidade a determinados tratamentos e mudanças de hábito de vida propostos pelas equipes ou agressividade.
Uma vez por mês o grupo reúne-se e assiste aos vídeos. Dessa forma, um grupo de médicos e enfermeiros – com a coordenação de um profissional capacitado para trabalhar as habilidades de comunicação em saúde – discute os casos, sempre procurando encontrar as formas mais positivas de abordar o atendimento.