O Ministério da Saúde incluiu 14 novos procedimentos à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) do Sistema Único de Saúde (SUS). São tratamentos que utilizam recursos terapêuticos, baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para curar e prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão. Florianópolis já é referência na utilização dessas práticas desde 2010.
Dos 49 centros de saúde da rede, 44 unidades (88% da rede de Atenção Primária) oferecem algum tipo de prática integrativa e complementar. Entre as que mais oferecem o serviço estão Rio Tavares, Lagoa da Conceição, Itacorubi, Monte Cristo, João Paulo, Armação, Jurerê, Saco Grande, Ponta das Canas, Rio Vermelho, além do grande volume de acupuntura realizado nas policlínicas.
De acordo com o médico de Família e Comunidade Murilo Leandro Marcos, as PICs buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, por meio de técnicas eficazes e seguras. O foco do trabalho é na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico, no autocuidado, na autonomia e na integração da pessoa com o meio e a sociedade.
Um estudo conduzido em um centro de saúde do município evidenciou a custo-efetividade da introdução da prática de acupuntura na rede de saúde: houve queda de 30% da dispensação de analgésicos e 50% da dispensação de anti-inflamatórios naquela unidade, durante o período da pesquisa.
A Secretaria de Saúde estima que mais de 12 mil atendimentos envolvendo práticas integrativas e complementares foram realizado em 2016. Em 2015, foram registrados 10.900 atendimentos individuais com PICs, além de outros atendimentos individuais para os quais, até então, não havia código para registro (reiki, aromaterapia, geoterapia, terapia neural, outras terapias energéticas). Os números também não consideram as práticas coletivas (grupos de yoga, tai chi, qi gong, lian gong, biodanza, terapia comunitária).
Para 2017 estão programados cursos de formação em fitoterapia durante todos os meses do ano. O município pretende formar cerca de 150 profissionais da rede em fitoterapia, além de continuar o movimento de implantação de hortos e hortas nas unidades de saúde.
No campo da auriculoterapia, serão capacitados cerca de 100 residentes, além da Formação em Auriculoterapia para profissionais da Atenção Primária, parceria com a UFSC, Ministério da Saúde e Prefeitura, que pretende formar mais cerca de 150 profissionais de Florianópolis e municípios vizinhos.
Está prevista nova edição do curso de acupuntura para médicos de família no próximo semestre, a sexta edição desde o início do programa. A formação em qi gong, será mantida, como ocorre há três anos, com duas turmas formadas por ano, além dos residentes.