09/10/2017 - SME - Educação
Professora Rosetenair: enquanto tiver força, quer se dedicar à educação
A profissional trabalha há 36 anos na rede municipal de ensino da Prefeitura de Florianópolis

foto/divulgação: Arquivo da professora

“Foi na caminhada docente que percebi o quanto as crianças sentiam prazer e fruição nas minhas contações de história"

Quando criança brincava com os irmãos e fazia papel de professora. Na adolescência dava aula de catequese para seus colegas menores. Quando optou pelo seu curso profissionalizante não havia dúvidas.  Fez magistério, como as tias mais velhas dela.  

 

Já deveria estar aposentada há sete anos. No entanto, o amor pelo que faz não a deixa ficar longe do ambiente escolar. “Acredito que ainda possa contribuir no trabalho dos professores e dando prazer literário para as crianças.  Há muito ainda a fazer. Enquanto tiver força de vontade e prazer  no trabalho, quero ficar”.

 

Rosetenair Feijó Scharf, nascida em Florianópolis,  inicia seu trabalho na educação desde 1979 em uma ONG. Logo em seguida,  em 1981, entra para o quadro efetivo da  Prefeitura Municipal de Florianópolis.   Pedagoga,  tem mestrado em Educação e Linguagem e doutorado em Literatura.

 

O primeiro local de trabalho dela é no   Núcleo de Educação Infantil ( NEI)  Armação. “Era uma única sala para a educação infantil dentro da antiga Escola Castelo Branco, hoje com o nome de Escola Básica Dilma Lúcia dos Santos”, relata.

 

É  nesta escola que conhece o  marido José Macário Scharf, na época  professor de matemática e  bolsista do curso de Física da UFSC. Com ele, tem William Feijó Scharf, médico ortopedista e traumatologista.

 

 

Deu aulas na Escola Brigadeiro Eduardo Gomes  e na Creche Santa Terezinha do Menino Jesus, atual Creche Celso Ramos.

 

É na Santa Terezinha que ocorre um dos momentos mais  marcantes da sua vida. Há uma criança que veio para a sala dela  com três anos de idade. Não se relacionava com ninguém. Com o tempo, o pequeno   vai se sentindo bem, mais à vontade. No entanto, só entra na creche quando a vê na porta da sala.  “Então, largava um grande sorriso”, recorda Rosetenair.

 

Esse caso  faz a professora pesquisar sobre o comportamento da criança.  “Estudei muito e fui filmando,  fotografando todos os momentos em sala”, declara.    Conversa com a família sobre as atitudes da criança e juntos   pensam em maneiras de ajudá  -lá .

 

Quando a criança é levada ao médico, o neurologista fica ciente  que a professora tem registros sobre ela  e pede  se pode  ter acesso ao  material.  Graças a isso, com vídeos e fotos,  o médico consegue dar um  diagnóstico: síndrome de asper, um transtorno global desenvolvimento e que apresenta semelhança com o autismo. “Desta forma, pudemos ajudar mais o menino em sua educação”.

 

Rosetenair  já passou pela  direção da Creche Professor Paulo Michels.  Trabalhou também como assessora pedagógica na diretoria de educação infantil da Secretaria de Educação da Capital.

 

Aos 55 anos de idade, está  no Departamento de Bibliotecas Comunitárias da SME  coordenando projetos literários e ministrando formação para a educação infantil e ensino fundamental.

 

Ela vai até as escolas e creches  fazer performance literária e conversar com as crianças sobre o prazer de ler e escutar histórias. “Foi na caminhada docente que percebi o quanto as crianças sentiam prazer e fruição nas minhas contações de história, no recurso dos instrumentos, da música, dos tecidos, da voz, da expressão”.

 

Além disso, debate com os profissionais os projetos literários das diversas  unidades. No diálogo com os professores,  busca dar ideias para aperfeiçoamento do que está sendo desenvolvido.

 

 

São pessoas como a Rosetenair que fazem da rede municipal de ensino um  espaço referência para a população, salienta o Secretário de Educação de Florianópolis. “O amor  e entrega que essa profissional possui é algo contagiante e emocionante”, complementa Maurício Fernandes Pereira. 

 

Fabrícia Souza, diretora do NEI Otília Cuz, na Coloninha,   trabalhou com Rosetenair no órgão central da SME  em 2013. Desta convivência, nasceu pela colega uma admiração, que vem em forma de poesia:

 

"Desta rosa que tens no nome, desabrochastes em nosso meio...De professora te chamamos, mas de contadora te admiramos! Teu trabalho nesta rede passou por todas as facetas...mas professora sempre! 

 

Teu grande e imenso plano!  Plano de encantamento, discernimento e desprendimento!

 

Parabéns nossa grande professora encantada!

 

Professora, doutora, merecedora!

 

 Parabéns pela linda jornada!”