As oficinas do Minhoca na Cabeça, projeto de valorização de resíduos orgânicos da Prefeitura de Florianópolis, começam neste sábado, às 9h, no Jardim Botânico de Florianópolis. Até abril, 500 pessoas serão capacitadas pela Autarquia de Melhoramentos da Capital Comcap para operar os minhocários que deverão reciclar, nos domicílios, 292 toneladas de resíduos orgânicos por ano.
O prefeito Gean Loureiro lançou o projeto na manhã de 4 de janeiro com alta adesão dos moradores. Em 17 horas de inscrições, as 500 primeiras vagas foram preenchidas. Outras 486 pessoas já estão em lista de espera. De acordo com o presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins, a segunda etapa do projeto já está assegurada com mais 500 minhocários que serão adquiridos com recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente.
Segunda etapa do Minhoca na Cabeça
A Comcap classificou projeto de compostagem em segundo lugar nacional em edital do Fundo Nacional de Meio Ambiente e Fundo Sócio Ambiental da Caixa, com melhor pontuação em proposta técnica. Pelo convênio que deverá ser assinado até o final de janeiro, serão investidos R$ 997 mil, apenas 1% como contrapartida do município, em compostagem domiciliar, comunitária e institucional.
Florianópolis deverá ser a primeira grande cidade do Brasil a implantar a coleta seletiva de orgânicos pela modalidade ponto a ponto. Assim como já foi a primeira do Sul do Brasil, pelo menos, a implantar pontos de entrega voluntária (PEVs) exclusivos para vidro.
De acordo com a gerente do Departamento de Planejamento e Projetos da Comcap, Karina da Silva de Souza, o convênio contemplará cinco frentes de atuação.
Compostagem domiciliar com a segunda etapa do Minhoca na Cabeça, quando serão capacitadas mais 500 pessoas e entregues mais 500 minhocários.
Fortalecimento das iniciativas existentes de compostagem em pátios comunitários como do Pacuca (Campeche) e Revolução dos Baldinhos (Monte Cristo). Implantação de cinco novos pátios comunitários em bairros a serem escolhidos durante seminário de gestão comunitária.
Melhorias na compostagem institucional da Comcap e Floram. Ampliação dos pátios da Comcap no Centro de Valorização de Resíduos (CVR) e no Jardim Botânico de Florianópolis, ambos no Itacorubi. Implantação de pátio de compostagem na Base Operacional Sul e potencialização do pátio implantado na Base Operacional Norte. Melhorias no pátio de compostagem da Floram no Parque do Córrego Grande e implantação de pátio no Parque do Maciço do Morro da Cruz e no horto do Ribeirão da Ilha.
Aquisição de dois veículos utilitários para implantação de coleta seletiva de orgânicos na modalidade ponto a ponto nos bairros Monte Verde e Itacorubi (prédios do entorno do Jardim Botânico que já colaboram com o PEV de Orgânicos).
Programa de comunicação e sensibilização para a separação e reciclagem de resíduos orgânicos na fonte geradora, com produção de folheteria, vídeos e outros materiais informativos.
O que é o Minhoca na Cabeça
A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap, vai distribuir 500 minhocários para residentes na primeira etapa, já com previsão de dobrar o lote nos próximos meses. Estão programadas 23 oficinas, com duração em torno de duas horas, entre os dias 20 de janeiro a 10 de abril, no Jardim Botânico de Florianópolis.
“O investimento no Minhoca na Cabeça é tão pequeno e a economia tão grande que ele se justificaria por si só, mas o projeto ainda tem grande relevância e ineditismo por trabalhar a consciência ambiental na gestão dos resíduos urbanos”, disse o prefeito Gean Loureiro. Ele destacou o grau de inovação que pode ser alcançado, inclusive na administração pública, quando a gestão é participativa.
O presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins, explicou que o projeto Minhoca na Cabeça nasceu do desafio de inovação feito pelo prefeito Gean há quatro meses. Carlão Martins replicou o desafio na Comcap e a ideia e nome do projeto foi apresentada pelo gerente da Divisão de Informática da Comcap, Marildo Peixe. Ele pratica a compostagem doméstica há cinco anos e há três migrou para o sistema de vermicompostagem (com minhocas) porque oferece a vantagem de maior controle sobre vetores, como animais e insetos.
Redução da pegada de carbono
Com base na produção média diária de 1,6 quilo de resíduos orgânicos por família de quatro pessoas, os 500 colaboradores desviarão 292 toneladas de resíduos orgânicos por ano em Florianópolis, com economia direta de R$ 43 mil em transporte até o aterro sanitário e redução de 70% na emissão de carbono (gases de efeito estufa).
O resultado estimado contribui com as metas do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Florianópolis, de desviar do aterro sanitário 37% dos recicláveis secos e 45% dos resíduos orgânicos até 2020.
O projeto é operacionalizado pela Autarquia de Melhoramentos da Capital Comcap e controlado por meio de sistema web desenvolvido pela Diretoria de Sistemas de Governo Eletrônico da Prefeitura de Florianópolis.
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