A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Autarquia de Melhoramentos da Capital Comcap, vai movimentar 500 pessoas para manter a limpeza pública em Florianópolis durante o Carnaval. Ano passado, foram recolhidas 73 toneladas de resíduos das festas públicas no Centro da cidade. Este ano, com a colaboração dos foliões, a Comcap espera reduzir a geração de lixo, com a diminuição no uso de embalagens descartáveis.
Em parceria com a Liga das Escolas de Samba de Florianópolis, “o Carnaval 2018 será o marco zero para tornar a folia mais sustentável”, defende o presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins. Segundo ele, todos os resíduos gerados na Passarela Nêgo Quirido serão caracterizados para que, durante o ano, seja iniciado um trabalho de redução, reaproveitamento e reciclagem de materiais.
Para o presidente da Liesf, Fábio Botelho, neste "carnaval da união caem muito bem novas parcerias e projetos inovadores como o que começa a ser desenhado com a Comcap".
Desde o ano passado, a Comcap comprovou que menos de um quarto dos resíduos recolhidos na passarela podem ser desviados do aterro sanitário, aponta a gerente da Divisão de Gestão Ambiental da Comcap, Daiana Bastezini. Os materiais usados nas fantasias pelas escolas de samba costumam ter baixa qualidade para a reciclagem, porque até o metal das armações é muito misturado a esponjas e colas.
Desta vez por iniciativa da Liesf, será iniciada a sensibilização durante os desfiles com a exposição de coleções do Museu do Lixo da Comcap. “Esse é o embrião de um projeto de conscientização do público que participa desse grande evento cultural. Posteriormente, pretendemos cuidar da forma como as escolas trabalham os materiais e como podem ser reutilizados ou reciclados pós-desfile”, informa Adriana Rosa, diretora de Pesquisas e Projetos da Liesf.
De acordo com a gestora e produtora cultural, trata-se de “educar a comunidade do samba para exercer a cidadania através desse outro olhar sobre os resíduos e do luxo do lixo bem demonstrado no maravilhoso Museu do Lixo da Comcap”. Ela aposta no diálogo e na boa comunicação já estabelecida com a Comcap, em reuniões com o presidente e o diretor de Operações, Ricardo Leal, para que o carnaval possa ter esse novo olhar sobre o lixo e a Comcap, um novo olhar sobre o evento cultural. “Vai ser uma troca fantástica”, confia Adriana Rosa.
O designer Cláudio Oliveira, diretor de Marketing da Liesf, que também acompanhou as reuniões com a Comcap, diz que a finalidade preliminar é mostrar que se consegue fazer de peças bonitas e trabalhos bem elaborados com resíduos. “O Carnaval é um grande concentrador de pessoas e ótima oportunidade para abordar o conceito do descarte consciente.” No próximo ano, indica, a Liga pretende já ter escolas trabalhando com materiais mais corretos e toda população preparada para entender melhor essa necessidade. Os resultados, estima ele, serão ecológicos e econômicos, fazendo avançar a tradição que sempre limitou o reuso das fantasias, por exemplo. As fantasias não podem ser repetidas, mas os materiais podem ser reutilizados.
COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES
A coleta domiciliar, que nesse período tem sido em média de 800 toneladas por dia, será feita normalmente durante o Carnaval, com pequena alteração apenas na terça-feira, quando não haverá coleta convencional noturna nem seletiva.
9, sexta-feira
Coleta convencional e seletiva normais
10, sábado
Coleta convencional e seletiva normais
11, domingo
Coleta convencional e seletiva normais
12, segunda
Coleta convencional e seletiva normais
13, terça-feira
Será feita a coleta diurna nos balneários do Norte, Oeste, Leste e Sul da Ilha e roteiros alternados de manhã (Ratones, Cacupé, Vila União e Zoológico) e à tarde (Vargem Grande e Rio Vermelho)
Não haverá coleta noturna no Centro e no Continente, serão feitos apenas os roteiros alternados do Sul da Ilha, Carianos e Bacia do Itacorubi
Não haverá coleta seletiva
14, Quarta-feira de Cinzas
Coleta convencional e seletiva normais
ZELADORIA DE RUAS
A zeladoria das festas de Carnaval que ocorrem em toda a cidade será feita com uma escala de aproximadamente 100 operacionais por dia. A Comcap, além dos pontos de entrega voluntária (PEVs) de vidro e outras embalagens, vai instalar 150 latões pelo Centro.