Secretaria Executiva de Comunicação Social

09/03/2015 - Comunicação
Moradores de rua: 60% não aceitam atendimento
Em 2014, Prefeitura realizou 937 abordagens; maior desafio é manter as pessoas no Albergue

foto/divulgação: Petra Mafalda/PMF

Assistentes sociais tentam encaminhar morador de rua para atendimento

Fernando Pereira tem 34 anos e na manhã da última sexta-feira (6) foi abordado pela Secretaria de Assistência Social de Florianópolis - pela sétima vez em menos de um ano - para deixar as ruas. O caso dele não é isolado na Capital; pelo contrário, ocorre em 60% dos atendimentos realizados pelo órgão, que em 2014 foi de 937 abordagens.

As estatísticas da Secretaria apontam que o desafio na cidade não é apenas manter um amplo serviço de assistência disponível aos moradores de rua e usuários de drogas, mas, sim, fazer com que estas pessoas aceitem o atendimento.

A responsável pelo Abordagem de Rua, projeto que diariamente tenta resgatar moradores de rua para os serviços da Prefeitura, Irma Remor Silva, está há 14 anos trabalhando na área e conta que sempre houve esta resistência.

“Quando as pessoas se deparam com moradores de rua em locais públicos da cidade, especialmente no Centro, pensam que não há serviço, mas há, e muito. Estamos nas ruas todos os dias, oferecendo diversas oportunidades, mas não podemos forçá-las a nos acompanhar”, informa.

Há casos ainda mais graves que os de Fernando, atendido sete vezes, como o de André, 40 anos, que desde 2007 vem sendo acompanhado pela Assistência Social.


"É um desafio imenso reduzir a população de rua e conseguir convencer dependentes químicos a aceitar ajuda, mas não vamos desistir nunca", destaca o prefeito Cesar Souza Junior.

Nas sextas à noite Albergue fica vazio


Inaugurado em agosto do ano passado, o primeiro Albergue Municipal da história de Florianópolis já atendeu mais 400 pessoas para pernoite. A unidade tem 50 leitos e recebe mais de 40 pessoas por dia, que também têm direito à alimentação e higiene. Apesar de todo o apoio ofertado, às sextas-feiras sempre são difíceis por lá.


“O pessoal sai e se perde no fim de semana em festas e bebidas e a maior parte acaba não voltando mais na semana seguinte”, diz o coordenador Cesar Cruz.


Apesar das desistências, há quem queira mudar de vida


Nos serviços oferecidos pela Assistência Social, há também quem realmente queira mudar de vida. Quem trabalha no setor sempre tem histórias de recomeços para contar.

A mais recente delas é do baiano Antônio Melo, 52 anos, que ao viajar para Florianópolis teve seu dinheiro furtado e ficaria nas ruas caso não fosse encaminhado para o Albergue. Lá, ele está sendo encaminhado para trabalho e já tem expectativas de uma nova vida.


“Não tinha esperanças que esse tipo de serviço funcionasse e fui surpreendido aqui com tantas opções”, conta.


Conheça os serviços 

- Centro POP, na passarela Nego Quirido: são disponibilizadas alimentação (café da manhã, almoço e lanche) e higiene pessoal.

- Casa de Apoio, rua General Bittencourt (Centro): o morador pode permanecer até seis meses no local, onde passa o dia, tem todas as refeições, dormitório, banheiro, e de lá é encaminhado para cursos técnicos, assistência à saúde e vagas de emprego.

- Albergue Municipal, rua General Bittencourt (Centro): pernoite, café da manhã e jantar.

 

Para entrar em contato com as equipes

 

- 0800 643 1407, 9957-2147, 3223-0824


galeria de imagens