Secretaria Executiva de Comunicação Social
A Feira de Orgânicos Viva a Cidade será instalada neste sábado (15), das 9 às 13 horas, no Terminal Cidade de Florianópolis. De acordo com o presidente da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), Marius Bagnati, no início serão dez feirantes, pequenos produtores rurais ou agricultores familiares com produção orgânica certificada.
Será exigida do feirante no mínimo 70% de produção própria. No máximo 30% da oferta poderá ser adquirida de outros produtores orgânicos certificados.
“Vamos começar uma revolução verde em Florianópolis, que será, não tenho dúvida, a capital com melhor qualidade de alimentação no Brasil. Foi o que prometemos e combinamos com o prefeito Cesar Souza Junior”, assegurou Bagnati.
A feira de produtos orgânicos (livres de defensivos agrícolas e cultivados com responsabilidade social e ambiental) é uma ação da Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Executiva de Serviços Públicos (Sesp) e Comcap, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Ministério da Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cepagro e organizações privadas e colaborativas que trabalham com recuperação de resíduos orgânicos e com produção e comercialização de produtos agroecológicos.
“A feira é muito importante para aproximar o produtor do consumidor, mas é a fachada de um projeto ainda maior de agricultura urbana, com a recuperação de resíduos orgânicos que representam pelo menos um terço de tudo o que vai para aterro sanitário”, apontou Bagnati. No passado, lembrou, com a criação dos cestões do povo (hoje Direto do Campo), a Comcap estimulou a agricultura convencional e a regulação dos preços de hortifrutigranjeiros. “Agora, é hora de fazer isso por alimentos mais saudáveis”, aposta.
Projeto piloto já tem 20 produtores inscritos
Com a reabertura da Ala Sul do Mercado Público na última semana, a Prefeitura trabalha agora com a preparação da feira de orgânicos no Terminal Cidade de Florianópolis.
A feira iniciará com poucos produtores, em projeto-piloto, para testar a receptividade da clientela, observou o secretário de Serviços Públicos, Aldo Lopes Martins. Já são pelo menos 20 produtores cadastrados para expor seus produtos. Como o local é grande, segundo ele, há espaço para muito mais e, se o público abraçar a ideia, o número de produtores no local pode triplicar.
“Vamos cadastrar todos aos poucos, é um projeto-piloto. A intenção é movimentar a região e trazer produtos de qualidade e procedência, com preço bom. É ótimo pra quem produz e para quem consome, todos saem ganhando”, disse.
Para assegurar a qualidade e a segurança alimentar, o projeto terá o Ministério da Agricultura e a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) para ajudar a certificar e cadastrar os fornecedores.
Força-tarefa retira 12 toneladas resíduos do terminal
Para deixar tudo pronto até o sábado, primeiro dia da Feira de Orgânicos Viva a Cidade, a Comcap chegou cedo ao Terminal Cidade de Florianópolis, na manhã desta quarta-feira (12). Dez homens e quatro caminhões, além de uma retroescavadeira, auxiliaram na retirada do material das peixarias.
De acordo com o gerente da Divisão de Planejamento e Logística da Comcap, Erick Roberto de Jesus Martins, foi colocada uma caixa estacionária para triar a madeira e o metal que serão encaminhados à reciclagem. No total, foram retiradas 12 toneladas de resíduos do local; 10 toneladas seguirão para o aterro sanitário e duas serão reaproveitadas.
Ainda na noite desta quarta, o terminal será lavado pela Comcap.
Projeto Viva a cidade #orgânicos Floripa
Nesta terça-feira, na quinta reunião ampliada do grupo que formula o projeto Viva a Cidade #orgânicos Floripa, o diretor de Negócios da CDL e coordenador do GIRS (Grupo Interinstitucional de Gestão de Resíduos), Hélio Leite, sugeriu que, na largada, a feira não estabeleça padrão de apresentação dos boxes de comercialização.
“Como o objetivo é aproximar o produtor do consumidor de orgânicos, para começar, não vamos criar barreiras nem obstáculos dessa natureza. O espaço será ocupado de forma gratuita e o único critério é o da certificação dos produtos orgânicos”, propôs.
Marius Bagnati relatou que o prefeito aprovou a ideia de ocupar o espaço com a feira de orgânicos, acompanhando o Viva a Cidade, que revitaliza a ala a Leste da Praça XV. “O ideal é que a feira venha a ser permanente, mas vamos começar aos sábados e aprender com a experiência”, combinou Bagnati com os representantes dos produtores, da Cepagro, Mapa, CDL e Sesp.
Charles Lamb, o Bagé, da Cepagro, reconheceu o estímulo e interesse da Prefeitura de Florianópolis na produção orgânica de alimentos. Tanto no suporte para a implantação da feira no Terminal Cidade de Florianópolis quanto para as aquisições na merenda escolar.
Anderson Romão, produtor rural associado à Rede Ecovida, garantiu a participação de um coletivo de 17 famílias de Biguaçu. “Temos orgânicos certificados e o que falta são espaços para colocarmos nossa produção. A feira é uma grande oportunidade, alinhada à expansão das cadeias agroalimentares curtas que favorecem o desenvolvimento local e a alimentação adequada.”
Jerusa Rosa da Silva, da Cepagro, disse que o Box 721, que comercializa orgânicos no Ceasa, pode participar como ponto de organização para os produtores que queiram comparecer à feira.
Glaico José Sell, produtor e empreendedor da Dom Natural Orgânicos, que há 19 anos participa de feiras orgânicas, assegurou que vai se desdobrar para estar na feira Viva a Cidade #orgânicos, já que sábado é dia da tradicional feira do Centrinho da Lagoa. “A gente cria uma relação de confiança, um vínculo com o consumidor, é um negócio bastante sério e que não pode ser rompido”, recomendou ele.
Entusiasmo para a primeira feira
Desejo que a feira seja um espaço para, além de relações comerciais, incluir iniciativas da agricultura urbana e se tornar referência de agroecologia numa perspectiva de novas relações sociais mais justas para a cidade de Florianópolis, para o alcance do Direito Humano a uma Alimentação Adequada (DHAA).
Marcos José de Abreu (Marquito)
Engenheiro agrônomo da Cepagro e presidente do Consea/SC
Como facilitador do Movimento Slow Food Brasil pela Região Sul do país, acho que a iniciativa é fantástica, pois promove os produtores que não utilizam agentes químicos tão nocivos à nossa saúde. Essa ação se soma às diversas iniciativas que o Slow Food vem apoiando e iniciando em diversos países e no Brasil em diversos estados. É inclusive uma das metas da atual parceria assinada entre Slow Food e o Governo Brasileiro: iniciar Mercados da Terra - modelos utilizados pelo Slow Food em todo o mundo, onde o produtor comercializa os produtos por meio de valor justo diretamente ao consumidor, seguindo parâmetros de produção limpa (livre de agentes químicos), produtos com profundo valor na cultura alimentar local. Grande abraço, parabéns pelo engajamento e iniciativa!
Bernardo Simões
Facilitador da Região Sul do Slow Food Brasil
Consultor Slow Food Planet - Sul do Brasil
Continuamos à disposição para apoiar o planejamento e realização da feira.
Eduardo Antônio Ribas Amaral e Francisco A P Van de Casteele
Ministério da Agricultura - SFA-SC / Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário
(Texto Adriana Baldissarelli/Comcap e Aline Rebequi/Secom)
