Defesa Civil

06/11/2015 - Segurança
Prevenção e obras reduzem riscos da chuva
Apesar das chuvas constantes, município tem registrado baixo índice de ocorrências, devido, principalmente, a investimentos e ações preventivas

foto/divulgação: Assessoria SMHSA

Obras de contenção e infraestrutura contribuiram para a redução dos efeitos das chuvas.

Há mais de dois meses os florianopolitanos têm convivido com um volume de chuvas acima da média normal para esta época do ano, e, às portas do verão, os dias sem nuvens no céu é que acabam sendo novidade. Só para dar uma ideia, nas  54 horas que antecederam a manhã de sexta (6), houve 49 horas de chuva na Capital, acumulando um volume entre 50 e 70 mm, o que fica próximo dos 130 a 150 mm normais de todo o mês na cidade.


Essa situação não deve se alterar muito no decorrer deste mês, uma vez que, de acordo com as previsões disponibilizadas pela Epagri/Ciram, "novembro será o mês com maior contribuição de valores significativos de chuva no Estado, seguindo o padrão observado nos últimos meses de dias nublados com chuva frequente e alguns episódios de extremos de precipitação".


Esses dados correspondem a más notícias? Para quem está atrás de sol e calor, pode ser, mas quando o foco são os grandes problemas provocados pelo excesso de chuvas em Florianópolis, esta afirmativa não se tem confirmado. O período pouco tem lembrado a fase em que chuvas eram sinônimo de deslizamentos, desabamentos e grandes enxurradas, que atingiam principalmente comunidades do Maciço do Morro da Cruz e outras áreas consideradas de risco na cidade.


"Felizmente a cidade tem suportado bem esse volume de precipitações, e praticamente não verificamos episódios de grande seriedade. Registramos, isso sim, algumas ocorrências pontuais, como transbordo de algumas valas, quedas de árvores e pequenos deslizamentos, que não trouxeram consequências mais graves", afirmou o coronel José Cordeiro Neto, diretor da Defesa Civil Municipal.


Segundo o secretário de Habitação, Domingos Zancanaro,  a redução no número de ocorrências é resultado dos investimentos realizados pela administração municipal, com ações preventivas e obras de infraestrutura que tiveram como objetivo ampliar as condições de segurança e saneamento, minimizar os efeitos das precipitações.


"Boa parte de nossas ações estavam amparadas nos resultados apontados pelo Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), um rico documento que nos auxiliou a definir e hierarquizar intervenções estruturais em locais de graus de risco alto e muito alto, e projetar prazos para a execução dessas ações. Os resultados aparecem agora, quando os efeitos adversos das chuvas  tiveram uma redução considerável", disse Zancanaro.


Em 2008, quando a cidade foi castigada por chuvas intensas e constantes, foram registrados vários eventos relacionados a desabamentos de casas ou danos parciais, alagamentos em função de deficiências de escoamento, rolamentos de rochas, escorregamentos de solo e desabamento de muros. Diversas comunidades foram atingidas, especialmente Caeira, Jagatá, Mont Serrat, Queimada, Morro do Horácio, Morro da Penitenciária, Tico Tico, e Morro do 25, no Maciço, além de Costeira, Rio Tavares e Tapera, no Sul da Ilha, e Monte Cristo e Jardim Atlântico, na região continental.


As ações elencadas pelo PMRR compreenderam da construção de estruturas de contenção e implantação de rede de esgotamento sanitário e drenagem a calçamento de ruas, plantio de árvores e qualificação e quantificação das situações de remoção de moradores.


Segundo o secretário Zancanaro, mesmo o número de remoções foi reduzido graças ao volume de obras de contenção e infraestrutura. "Ao ampliar a segurança de alguns pontos mapeados no PMRR com intervenções pontuais, conseguimos estabelecer condições seguras em muitos dos casos que demandavam remoção, e estamos trabalhando intensamente para atender os casos que ainda persistem. Além disso continuamos desenvolvendo um trabalho conjunto com a Defesa Civil, que monitora todas as ocorrências", afirmou.


Segundo o secretário, as obras de drenagem e desassoreamento de valas e canais diminuiram consideravelmente os casos de alagamentos e transbordos.


De acordo com o coronel Neto, o trabalho preventivo e de conscientização realizado nas escolas também gerou efeito positivos. "As crianças replicam em casa tudo o que aprendem, e a própria comunidade entendeu a importância de manter valas limpas, desentupidas e sem lixo acumulado, dando vazão ao volume de água que aumenta em períodos de chuva. É claro que a preocupação sempre existe, mas podemos afirmar que os efeitos têm sido extremamente menores do que nos anos anteriores", disse. 


Ainda há muitos dias no mês de novembro, e as chuvas devem ser constantes, mas, segundo a previsão da Epagri/Ciram, os meses de dezembro e janeiro devem apresentar um tempo melhor, com diminuição gradativa da chuva e períodos mais prolongados de sol. A chuva passa a ocorrer em forma de pancadas, mais concentradas no período da tarde e noite, e, seguindo a característica do verão, os dias seriam mais quentes. 

Por enquanto, segundo o coronel Neto, há motivos para comemorar o que já foi conquistado em termos de melhoria nas condições gerais de segurança, e, segundo o secretário Domingos Zancanaro, o trabalho no sentido de ampliar esses resultados vai continuar.


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