Gestão de Resíduos (SMMA)

11/09/2014 - Serviços
Técnicos visitam central de triagem em São Paulo
Unidades paulistanas são as primeiras estações de triagem de recicláveis secos automatizadas no Brasil

foto/divulgação: Wilson Cancian Lopes

Visita técnica à Central de Triagem São Paulo

Hoje, São Paulo encaminha à reciclagem 2% do total de resíduos sólidos coletados. Isso é menos de um terço do percentual reciclado pela Comcap em Florianópolis, por exemplo. Mas até 2016, a capital paulista estará reciclando 10 vezes mais, ou 20% do total de resíduos sólidos recolhidos.


Para conhecer esse sistema coordenado pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), os engenheiros da Comcap Flávia Guimarães Orofino e Wilson Cancian Lopes estiveram em Santo Amaro, visitando uma das quatro centrais de triagem automatizada de recicláveis secos que serão implantadas em São Paulo. Também são as primeiras do Brasil.

 

“O futuro chegou à reciclagem no Brasil. Essa central de triagem reúne o que há de mais moderno em tecnologia e logística na Europa. Os equipamentos são de fabricantes franceses, alemães e italianos. O projeto desta que visitamos é de concepção francesa. A outra usina já implantada em São Paulo é de concepção alemã", relata Wilson Cancian.

 

Investimento em tecnologia europeia

A central é resultado de contrato entre a Prefeitura de São Paulo e a EcoUrbis Ambiental, uma das operadoras da coleta de resíduos na cidade. Custou R$ 31 milhões, R$ 20 milhões em equipamentos e o restante em obras civis. Hoje, com um mês de operação, já processa 60 toneladas de resíduos da coleta seletiva em turno único de trabalho, mas a capacidade instalada é para 250 toneladas/dia em dois turnos.

 

O processo de separação é misto, com triagem mecânica (em peneira rotativa que separa os materiais por tamanho) e óptica (com leitor que separa objetos 2D, planos como papel, daqueles volumosos, em 3D, como garrafas ou latas). Enquanto ainda são testados os sistemas de leitura óptica, que podem vir a separar inclusive plásticos por cor, observa Wilson, a quantidade de rejeito é muito grande. Cerca de 40% do material que chega não pode ser reciclado e segue para o aterro sanitário.

 

Natural num processo em que a modernização começou pelo gargalo final, a central de triagem. Então, para reduzir o rejeito, agora o avanço se dará no sentido inverso, melhorando a logística da coleta e estabelecendo um plano de comunicação com a população. Para aumentar o volume e a qualidade dos materiais separados para a coleta seletiva.

 

Gargalo no escoamento dos materiais

“São Paulo começou a resolver o problema pelo escoamento dos materiais da coleta seletiva. É o mesmo gargalo que temos em Florianópolis”, compara o assessor técnico da Comcap. Hoje, metade da produção da coleta seletiva da Comcap é triada por associações da Capital, o restante é compartilhado com operadores instalados em outros municípios da Grande Florianópolis.

 

Estações descentralizadas na Capital

Semana que vem, a propósito, a Comcap vai receber visita de empresa espanhola, já instalada no Brasil, fabricante de estações de transferências compactas de resíduos. A empresa planeja descentralizar o transbordo dos resíduos, conforme diretriz apontada na construção do Plano Municipal de Coleta Seletiva.