Gestão de Resíduos (SMMA)
A prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva, encorajou o presidente da Comcap, Marius Bagnati, a propor a criação de taxa de preservação ambiental durante o Verão em Florianópolis.
Ela esteve na sede da companhia na tarde de quarta-feira para compartilhar a experiência que é única em Santa Catarina.
“No primeiro Verão, já conseguimos manter todas as praias limpas durante o dia e oferecer banheiros adequados nos principais balneários, agora vamos avançar para a preservação de trilhas, estudos de fauna e flora e até a criação de uma escola ambiental permanente”, relatou a prefeita sobre a aplicação da receita com a taxa de preservação ambiental (TPA).
Ela aconselhou que, caso Florianópolis decida implantar mecanismo similar, restrinja a finalidade da nova legislação a investimentos em infraestrutura ambiental. Há no Brasil, mencionou a prefeita, quatro experiências de cobrança de taxas de preservação ambiental, no arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco), no Morro de São Paulo situado na Ilha de Tinharé, na Bahia, Ilhabela em São Paulo, e em Bombinhas que não é ilha, mas tem 70% do seu território com proteção ambiental.
Segundo Ana Paula, hoje os moradores de Bombinhas são “apaixonados” pela TPA e os turistas demonstraram compreender a importância da compensação ambiental. No primeiro dia, lembrou ela, apenas 8% dos visitantes pagaram a taxa num dos 25 postos físicos de cobrança. No final da temporada, esse percentual subiu para 80%. O trade turístico e os comerciantes especialmente aprovam os resultados. "Precisávamos tomar alguma providência e apostamos tudo na TPA. Em datas como o Réveillon ninguém se mexia na cidade. Era impossível comprar papel higiênico, um pão ou uma Coca-Cola", contou a prefeita.
Taxa de preservação garantiu melhorias em Bombinhas
A arrecadação em postos de cobrança na temporada passada foi de R$ 3,9 milhões e outros R$ 3,9 milhões restaram em cobrança pelo sistema OCR que escaneia as placas dos veículos e emite boleto de cobrança no endereço cadastrado pela autoridade de trânsito. “Só tivemos benefícios com a TPA, da limpeza das praias ao efeito colateral positivo de aumentar a segurança no município, com o rastreamento dos veículos. Hoje, temos informações objetivas sobre o turista que nos visita, sua origem e quanto tempo permanece”, indicou a prefeita.
Debate com a sociedade será iniciado formalmente
Depois do encontro, Bagnati foi para reunião na Prefeitura Municipal de Florianópolis com os secretários Zena Becker, do Turismo, e Julio Cesar Marcellino Jr., da Casa Civil, para tratar do encaminhamento da proposta. Marcellino pediu detalhamento das experiências existentes para que seja iniciado formalmente o processo de discussão com a sociedade.
“O caso de Bombinhas é uma boa referência, mas como a própria prefeita disse, em cada local há características próprias. Estamos prontos para ouvir as opiniões, as críticas, e temos certeza que, se a cidade escolher esta solução, teremos importantes ganhos ambientais”, disse Bagnati.
