Gestão de Resíduos (SMMA)
A Feira de Orgânicos Viva a Cidade começa novo ciclo neste sábado (14), com a âncora da Associação dos Agricultores Agroecológicos das Encostas da Serra Geral e a participação das equipes de nutrição da rede municipal de saúde.
Desde o início deste mês, informou o presidente da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), Marius Bagnati, o espaço passou a oferecer, além das hortaliças, produtos in natura e industrializados da Agreco. Neste sábado, destaca, a Agreco fará promoção de morangos orgânicos produzidos em Santa Rosa de Lima a R$ 5,00 por caixa de 250 gramas e de geleia de morango com pimenta a R$ 5,50 o pote de 220 gramas.
“Estamos cuidando de dar complementariedade de oferta dos produtos in natura, com cebola e tomate, por exemplo, que não são produzidos na Grande Florianópolis, e a variedade desejada pelos consumidores com os produtos processados, desde pão, geleia, a frango orgânico”, apontou.
Alternativa de abastecimento popular
Para o presidente da Comcap, neste de período de muita chuva e alimentos mais caros, a feira é uma alternativa importante de abastecimento popular, com a oferta de alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos, a preços justos porque vendidos diretamente pelo produtor.
A Feira de Orgânicos é uma iniciativa da Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap e da SESP, com a CDL de Florianópolis e o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Este final de semana, equipes da Secretaria Municipal de Saúde agregam-se à feira para informar sobre as vantagens nutricionais dos produtos orgânicos. De acordo com Fábio Silva, responsável pela Feira Semanal Permanente Viva a Cidade, projeto da Prefeitura de Florianópolis com apoio da CDL, serão distribuídos folhetos com informações e receitas.
"A escolha por alimentos mais saudáveis deve estar à mão do consumidor. Hoje, o Brasil é, infelizmente, o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e aqui em Florianópolis estamos preocupados em melhorar a qualidade do alimento disponível", comentou ele.
Livre de agrotóxicos
De fato, estudo apresentando recentemente pelo IBGE indica que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo. De 2008 até hoje, dobrou a quantidade do produto comercializada no país. Só em 2014, foram 520 mil toneladas usadas nas lavouras. As culturas que mais usam agrotóxicos são de tomate, batata e os cítricos, como laranja e limão.
Preço comparável ao convencional
Com a venda direta do produtor, alguns produtos orgânicos ficam com preço comparável ao da produção convencional na prateleira do supermercado. Os maços de verdes, por exemplo, são vendidos por R$ 2,00 na Feira Viva a Cidade.
ENTREVISTA | Lucilene Assing
'Orgânico ficará mais acessível'
A representante da Agreco, Lucilene Assing, entrevistada pelo estagiário da Assessoria de Comunicação da Comcap, Tiago Bento, na primeira edição em que participou da feira, falou sobre o aumento da demanda de produtos orgânicos e a expectativa que os preços se tornem mais acessíveis.
O que a Agreco traz de novidade para a Feira de Orgânicos Viva a Cidade?
A Agreco está trazendo geleias, mel, ketchup, extrato e molho de tomate, molhos de azeitona, funghi, bandejas de frangos e frutas como morango. Combinamos com os feirantes para não trazer produtos repetidos. Como já tem muitos legumes e verduras, vamos conversando para que a gente possa complementar a oferta. A Agreco tem a parte das agroindústrias, os processados, então o forte da feira vão ser os processados. O que o pessoal de Florianópolis e entorno não tiver, a gente complementa.
Quais os benefícios dos produtos orgânicos?
O que motiva a procura por alimentos orgânicos é a saúde. Hoje está provado que agrotóxico é um causador de câncer e de vários problemas de saúde. Alimento orgânico é saúde na alimentação, sem contar a questão do sabor, o frescor, a absorção de nutrientes que é muito mais eficiente nos produtos orgânicos do que nos convencionais.
Como está a procura por alimentos orgânicos?
Tem aumentado. A mídia também vem ajudando muito, no Globo Repórter passou a reportagem falando sobre os frangos, os estoques nas agroindústrias acabaram. Sobre batata doce, a mídia tem informado que é alimento rico, tem muitos nutrientes, o pessoal das academias gosta bastante. Aí a batata doce agora está em falta. Então a mídia contribui muito, até porque as reportagens mostram os resultados de pesquisas que comprovam o prejuízo dos agrotóxicos à saúde. A procura por orgânicos está crescendo e logo, logo, vai ser tornar um produto bem mais acessível às pessoas. É isso que a gente espera.
Qual a diferença do frango orgânico para o convencional?
Primeiro, a ração com que ele é alimentado, é uma ração orgânica certificada, tem uma fabrica de ração lá em Santa Rosa de Lima. A criação do frango na propriedade do agricultor se dá de forma orgânica, toda propriedade é orgânica, o frango não fica preso, tem um ambiente ao ar livre onde possa fazer suas necessidades fisiológicas que são andar, ciscar, abrir a asa. Nas criações convencionais, nem isso o frango consegue fazer. E, outra coisa muito importante, é a idade de abate. O frango convencional que se compra no mercado, é um adolescente, porque é abatido com aproximadamente 45 dias. O frango orgânico já é abatido na fase adulta, isso é norma na legislação dos orgânicos. É isso que vai dar o sabor, a consistência e evitar o hormônio na carne que teria um frango adolescente. Um frango jovem quando é abatido está com hormônios no organismo à flor da pele.
Qual é o produto que mais saiu hoje?
Está entre o molho e a geleia de morango que está em promoção por R$ 5,50. O morango, como é fruta, também é bastante procurado.
Qual a faixa de preço dos produtos?
As geleias na faixa de R$ 8, os molhos nessa faixa também, R$ 8 ou R$ 9, a bisnaga de mel R$ 10 e o pote de mel R$ 20.
Para o próximo sábado terá novas promoções?
Sim, ainda vai ter a geleia de morango com pimenta e o próprio morango. A gente sempre vai tentar trazer promoções, não garanto que sempre vai ter, mas a gente vai tentar. Para o próximo sábado, vamos trazer o açúcar mascavo, melado, macarrão talharim, e também banana passa, que para essa edição não conseguimos organizar muito bem por estar em cima da hora. Trazemos de Santa Rosa de Lima são 120 quilômetros, é longe né? Mas estamos nos organizando para termos um estoque aqui, para não precisar trazer toda semana e ir repondo na medida do necessário.
O que é a Agreco?
É uma associação de agricultores ecológicos das encostas da Serra Geral, então abrange aqueles municípios todos, tem vários agricultores associados, que produzem tomate, mel, frutas. Alguns desses agricultores têm agroindústrias que beneficiam a matéria prima em produtos processados, como geleias, molhos, mel. Também tem muitos agricultores que criam frango, mas quem é associado lá é o Lucas que tem a agroindústria. Então ele faz o abate e beneficia, coloca nas bandejas. É uma rede com agricultores que produzem e beneficiam e outros que também compram dos parceiros. A Agreco tem uma cooperativa, que é a CooperAgreco, para organizar a comercialização. Todos os produtores participam das duas, mas nossa marca é Agreco. A associação é uma ONG, sem fins lucrativos, e já tem 18 anos, já é maior de idade (risos) e a sede fica em Santa Rosa de Lima.
LEIA MAIS: Viva a Cidade terá food trucks neste sábado
