Gestão de Resíduos (SMMA)

09/03/2016 - Comcap
Três operacionais circulam com diretores
Homenagem às mulheres começou com troca de ideias e informações no café e encerrou depois do almoço

foto/divulgação: Tiago Bento

Duas margaridas e uma gari acompanharam os passos dos diretores

Em homenagem às mulheres, os diretores da Comcap trabalharam nesta quarta-feira na companhia de três mulheres da área operacional. Andréia Alves da Silva de Camargo e Michele Rodrigues, que trabalham na limpeza urbana no Abraão e no Centro, respectivamente, e a gari Rafaelle Terezinha dos Santos, do roteiro de coleta convencional no Monte Cristo, acompanharam a rotina da diretoria das 8h às 13h.

 

Logo no café da manhã, apresentaram sugestões como desenvolver nova logística de coleta para destinar folhas e outros materiais verdes recolhidos na varrição para a compostagem. Hoje, só os resíduos de roçagem são reaproveitados. Também trataram de problemas pontuais de integração das equipes de coleta e varrição para garantir melhor resultado à operação da Comcap.

 

Troca de informações e ideias durante o café

 

O diretor de Operações, José Vilson de Souza, discutiu com as trabalhadoras a necessidade de modernização e humanização das tarefas. Apresentou, por exemplo, uma varredeira mecânica avaliada pela empresa em visita técnica realizada semana passada a Curitiba. “Uma varredeira dessas substitui a mão de obra de 40 trabalhadores braçais, mas a questão é que a máquina vai aonde as pesssoas não vão, em grandes e movimentadas avenidas onde há risco de acidentes”, explicou. Elas concordaram que as experiências já registradas na Comcap, com os sopradores, por exemplo, ou com o carrinho elétrico, são de ganhos com a tecnologia. Tanto para reduzir o esforço, quanto para diminuir o impacto sobre a vida da cidade, na medida que acelera e facilita as operações de limpeza e coleta.

 

Na sequência, ele e o presidente Marius Bagnati as conduziram ao Ecoponto de Capoeiras, à apresentação da programação de aniversário da cidade no gabinete do prefeito e ao Centro de Valorização de Resíduos, no Itacorubi. Ali, explicou o gerente de departamento e engenheiro sanitarista Bruno Vieira Luiz, é feito o transbordo de 16 mil toneladas recolhidas por mês pela coleta convencional para as carretas da Proactiva (que seguem para o aterro sanitário em Biguaçu). Também está instalada em galpão cedido pela Comcap, a Associação de Coletores de Materiais Recicláveis (ACMR), que recebe 50% da produção da coleta seletiva da Comcap. O pátio de compostagem que processa 50 toneladas de alimentos por mês mais 300 toneladas de matéria vegetal resultante de podas. Além do Museu do Lixo e do Ecoponto do Itacorubi.

 

Apenas 18% do quadro é feminino

 

As três mulheres representaram as 250 trabalhadoras da Comcap. Hoje, as mulheres correspondem a 18% do quadro funcional da empresa, somando as que trabalham nas áreas operacional e administrativa.

“A Andréia e a Michele representam as margaridas que são figuras queridas em Florianópolis por fazerem um trabalho importantíssimo de limpeza urbana  e a Rafaelle representa as 12 garis da companhia que fazem o trabalho exaustivo de coleta de resíduos”, apresentou o presidente no gabinete do prefeito, onde estava sendo lançada a programação de aniversário da cidade à imprensa.

Ontem, no Dia Internacional da Mulher, “as convidamos para acompanhar um pouco o trabalho da diretoria e da própria administração municipal, para conhecerem um pouco mais do que se faz”.

 

Ações no aniversário da cidade

 

Na programação de aniversário, destacou, no dia 21 de março, estão inseridas duas atividades da Comcap. O mutirão de limpeza na colônia de pescadores de Santo Antônio de Lisboa e o lançamento dos contentores de vidro e de embalagens recicláveis no centro da cidade. Serão 10 pontos de entrega voluntária (PEVs), com dois contentores cada, um exclusivo para vidro, outro para as demais embalagens de metal, plástico e papel. “Esses novos equipamentos devem inclusive diminuir o trabalho das margaridas na varrição e até mesmo da coleta, por separar as frações de recicláveis secos”, estima Bagnati.

 

AVALIAÇÃO E RESULTADOS

Rafaelle: “Cada um tem o peso do seu trabalho”

Foi uma experiência inovadora, ter esse contato de perto com o presidente, ter essa troca de informações. Para mim foi muito gratificante a gente conhecer o trabalho um do outro, poder trocar várias ideias. Me surpreendi com a dificuldade que é gerenciar uma empresa desse porte. O quanto é trabalhoso. Cada um tem o peso do seu trabalho, o do presidente é com a caneta e o nosso é com os braços.

 

Marius: “Todos estamos aqui para servir”

Reforçando o que disse a Rafaelle, a empresa na verdade é um conjunto de engrenagens e todas devem funcionar de forma sincronizada. Uma atividade apoia a outra. Todos somos servidores. Estamos aqui para servir. Assim como a empresa no seu todo serve à população, cada um de nós serve ao outro. O motorista serve à equipe de garis, a equipe de garis serve aos que estão no transbordo e assim por diante. Todos têm de fazer bem a sua parte, facilitando a vida do conjunto e para que a empresa cada vez ande melhor.

Para nós como diretores é uma atividade importante porque, não só estão conhecendo esse trabalho da Prefeitura e da Comcap, mas nós também as estamos ouvindo e recebendo informações importantes para reavaliar algumas práticas que precisam ser melhoradas dentro da companhia.

 

Michele: “Meu Deus, como dar o destino certo a isto tudo?”

A experiência foi inovadora, quebrou um pouco da distância que há entre pessoas e cargos. Quem está em cima, percebe que precisa chegar mais perto do olhar 100% de quem está rua. É bem válido. Também quem está na rua começa a ver as dificuldades de quem está entre quatro paredes para administrar. A experiência que tive no Centro de Valorização de Resíduos (antigo CTReS), no Itacorubi foi bem chocante pra mim. Tanto que fiquei calada. O lixo passa por um processo que a gente nem imagina, tudo o que a gente consome, o que ensaca na rua até chegar ao destino. Apesar de estar há oito anos na empresa foi novidade ver aquela separação toda, o transbordo do lixo pra carreta, a compostagem, o destino dos resíduos de madeira. Tanto trabalho, aquelas montanhas de resíduos, de podas, garrafas de vidro, pneus. Pensei: meu Deus, por onde começa, para se livrar da maneira certa disso tudo?


Andréia: “Comcap é muito grande”

“Pra mim foi revigorante, porque trabalhamos em ambiente externo e não temos oportunidade de conhecer o interno. Trabalho na empresa há cinco anos, não conhecia o presidente. Isso mostra que a empresa é muito grande e que, às vezes, não conseguimos ter toda essa dimensão. Nunca tinha visto o trabalho no Centro de Valorização de Resíduos, é bem interessante porque eu luto muito na questão ambiental. A Comcap tem esse trabalho, mas ainda falta muito para conscientizar a população. Me senti privilegiada por ter sido escolhida a participar desse dia.”