Gestão de Resíduos (SMMA)
A reunião de julho do coletivo Feira de Orgânicos Viva a Cidade foi itinerante pela primeira vez, no sítio Florbela, no Sertão do Peri, ao Sul da Ilha de Santa Catarina. “Devíamos essa visita ao Serginho” (Sérgio Machado Araújo, dono do sítio), resumiu o feirante Anderson Luiz Romão, ao deixar o Mercado Público no micro-ônibus providenciado pela Comcap. Romão é produtor de orgânicos em Três Riachos, Biguaçu.
Na propriedade, no alto, a meio caminho entre o Pântano do Sul e o Ribeirão da Ilha, o grupo percorreu canteiros no modelo agroflorestal, sintrópico e que utiliza sistema consorciado de cultivo para maximizar a produção de hortifrútis e conservar o solo.
A diretora Administrativa Financeira da Comcap, Andréia Guesser, filha de agricultores de Antônio Carlos, ficou impressionada com a funcionalidade da agricultura sintrópica e animada com a possibilidade da empresa contribuir para que floresçam hortas nos quintais de Florianópolis. “Toda casa poderia ter uma horta. É saudável, porque a pessoa se exercita para plantar, é gostoso, porque colhe-se alimento fresco, e é bom para o orçamento familiar”, disse.
Sítio Florbela e agrofloresta
Quando o grupo sentou-se para conversar, Sérgio Machado Araújo agradeceu a presença dos feirantes, de lideranças comunitárias da Daniela e do Monte Verde, dos diretores da Comcap, de representantes da secretarias municipais de Saúde, Agricultura e Saneamento Ambiental.
“É uma honra recebê-los, o sítio Florbela foi sonhado como um espaço de confraternização e a aprendizado”, disse Serginho. Ele já foi velejador da Seleção Brasileira, é protético, sócio de clínica escola na área odontológica, carreira bem sucedida que pretende concluir nos próximos dois anos para se dedicar inteiramente à produção agroecológica.
No sítio Florbela, será realizada em 27 e 28 de agosto a segunda edição do curso Sistemas Agroflorestais para a Produção de Orgânicos.
Feira de Orgânicos Viva a Cidade
O presidente da Comcap, Marius Bagnati, registrou o “avanço fantástico” que Florianópolis fez nos últimos 10 meses, desde que foi criada a Feira de Orgânicos Viva a Cidade, em termos de produção e abastecimento popular de alimentos de alta qualidade. Naquela ocasião, lembrou Bagnati, Anderson Romão bancou a aposta e garantiu que o coletivo de Três Riachos teria produção suficiente para iniciar a feira.
Na primeira edição, dia 15 de agosto de 2015, ainda no Terminal Cidade de Florianópolis, os feirantes tiveram de repor três vezes o estoque. De lá pra cá, a feira mudou para o Largo da Alfândega, agregou feirantes como Eliane Haschel Junckes, de Antônio Carlos, e Anderson Adaucio da Silva, de Ratones. Esse último e o sítio Florbela já são dois produtores certificados nesse movimento que, desde o início, conta com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Agricultura urbana como política pública
O fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura Francisco Van de Casteele anunciou durante a reunião que finalmente o Mapa incluiu entre as suas atribuições a Agricultura Urbana, o que indica maior chance de consolidá-la como política pública no país.
Em Florianópolis, observou Rosana de Sousa Martins, da Secretaria de Saúde, preocupada com o combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti articulou um decreto municipal que institui grupo de trabalho para elaboração dos estudos necessários à criação do Programa Municipal de Agricultura Urbana.
Grupo de trabalho municipal
O GT será presidido pela Secretaria Municipal da Pesca, Maricultura e Agricultura, e composto por Floram, Comcap, secretarias Habitação e Saneamento Ambiental, de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, do Continente, de Educação, de Saúde e de Assistência Social. As proposições serão orientadas pelo Plano Diretor do município e pelas políticas nacionais de resíduos sólidos (Lei 12.305) e de promoção à saúde.
Os representantes de moradores do Monte Verde, Enedino Latronico Junior, e da Daniela, Antonio Carlos de Borja, o Toninho, reafirmaram o propósito de implantar hortas comunitárias. Os espaços já estão demarcados e tem croquis das hortas.
O diretor de Operações da Comcap, José Vilson de Souza, garantiu o fornecimento de cepilho, material picado de podas urbanas, para revestimento das hortas e suporte técnico para a implantação. Já estão programados quatro mutirões para implantação de hortas em centro de saúde de Florianópolis, confirmou o assessor técnico Zenilto Custódio da Silva.
Futuro Jardim Botânico
Por fim, Marius Bagnati informou sobre o trabalho para abertura do parque do Jardim Botânico até o final de setembro e a intenção de acoplar também àquele espaço experiências e modelos de agricultura urbana, com segregação de resíduos orgânicos, compostagem e horta. Desde que a comunidade abrace a ideia, ponderou, uma vez que todos os projetos de hortas comunitárias terão suporte técnico e de material da Comcap, mas terão de ser operacionalizados pela vizinhança.
