Gestão de Resíduos (SMMA)
O coronel da reserva da PM Márcio Luiz Alves assumiu a presidência da Comcap com meta de melhorar a pronta resposta da Autarquia de Melhoramentos da Capital, concessionária dos serviços de coleta de resíduos e limpeza pública. Especialista em Defesa Civil e Segurança Pública, o novo presidente confia que a experiência em gestão de risco e desastre pode ser aplicada para melhorar o atendimento ao cidadão de Florianópolis, conforme tem determinado o prefeito Gean Loureiro.
“A cidade demanda respostas diárias da Comcap e, a cada dia, uma solução diferente deve ser oferecida. A geração de lixo é diferente todo dia, depende do clima, do período do ano, do número de visitantes, do poder aquisitivo e, acima de tudo, da atitude do cidadão ao descartar o produto pós-consumo”, analisa Márcio Alves. Ele explica que, se dimensionar toda a estrutura para atender o período de pico, entre Natal e primeiras semanas de janeiro, a Comcap fica muito cara. Se enxugar demais, dimensionando a estrutura para o período de baixa temporada, fica ineficiente.
“Vamos chegar a um ponto de equilíbrio que atenda às sazonalidades, de modo que a estrutura seja adequada para a média de produção, com processos suficientemente flexíveis para atender os momentos de alta e de baixa numa relação de custo e benefício favorável à cidade”, propõe o diretor presidente.
Para começar, Márcio Alves vai focar na ampliação de estruturas para entrega voluntária de resíduos em três eixos:
- ampliação da rede de PEVs (pontos de entrega voluntária) de Vidros
- ampliação da rede de Ecopontos da Comcap, dotando-os de capacidade para receber também resíduos orgânicos para compostagem
- ações para manter limpo o Centro da cidade, incluindo a implantação de um Ecoponto para entrega voluntária de recicláveis secos e orgânicos.
Também pretende melhorar a oferta de informação ao usuário da coleta com sistema web e aplicações em tempo real.
Perfil novo presidente
Márcio Luiz Alves é oficial da Polícia Militar de Santa Catarina, foi para a reserva em 2015, ocupando posto de coronel, depois de 32 anos de serviços. Foi diretor da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina entre 2006 e 2010; secretário adjunto da Defesa Civil do Estado de 2011 a 2013; diretor da Fatma de 2013 a 2016, nas áreas de fiscalização, proteção de ecossistemas e administração. Pós-graduado em Gestão da Segurança Pública, começou mestrado em Engenharia Civil. Por sua destacada atuação em prevenção a desastres e em defesa civil, foi representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) durante 10 anos e chegou a presidir o Conselho Nacional de Defesa Civil. Foi delegado brasileiro nas conferências mundiais de Defesa Civil em Genebra, na Suíça, de 2007 a 2013, e na conferência das Américas entre 2008 e 2014. Representou o Brasil na Conferência Global Japão de 2005 e 2015. Na Prefeitura de Florianópolis ocupava a secretaria de Cultura, Esporte e Juventude antes de assumir a presidência da Comcap. É suplente de vereador e exerceu o cargos por dois meses em 2018.
O novo presidente tem ligação afetiva com a Comcap. Seu pai, Luiz Carlos Alves, o Baliza, foi diretor da fábrica de cimento ligada à origem da Comcap. Ele trabalhou na empresa de 1986 a 1990 e só a deixou quando morreu, vítima de câncer.
Resultados na movimentação de resíduos
A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Comcap, movimentou 209 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2018 com desvio de praticamente 6% do aterro sanitário. As metas de recuperação do Plano Municipal Integrado de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PMGIRS) para a cidade já eram ousadas e foram antecipadas pelo decreto que tornou a cidade a primeira capital brasileira lixo zero.
Hoje, a Comcap já realiza 56% da meta de desvio de recicláveis secos e 19% da meta para resíduos orgânicos. Mas a meta é da cidade e não apenas do poder público, por isso devem ser acrescidas aos indicadores as quantidades desviadas em iniciativas comunitárias, particulares e de organizações. Esse sistema de informações integradas está em desenvolvimento pela Prefeitura de Florianópolis.
Movimentação de resíduos em 2018 Departamento de Coleta de Resíduos Sólidos Comcap |
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Serviço |
Quantidade |
REJEITOS |
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Resíduos sólidos – coleta convencional porta a porta, remoção, caixa tipo brooks, roll-on-roll-off, CVR e rejeito galpões de triagem |
193.829 toneladas |
RECICLÁVEIS |
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Resíduos sólidos - coleta seletiva porta a porta |
10.356 toneladas |
Pontos de entrega voluntária (PEVs) de vidro e outras embalagens |
415 toneladas |
Ecopontos recicláveis secos |
314 toneladas |
Ecopontos vidros |
270 toneladas |
Doações recicláveis recebidas pela ACMR |
248 toneladas |
Madeira |
99 toneladas |
Metal |
169 toneladas |
Pneus |
156 toneladas |
Orgânicos podas |
2.816 toneladas |
Orgânicos compostagem restos de alimentos |
616 toneladas |
Óleo vegetal |
4 toneladas |
Reciclagem eletrônicos |
1 tonelada |
Total resíduos |
209.318 toneladas |
% DESVIADO DO ATERRO SANITÁRIO |
5,99% |
Resumo destino final dos resíduos |
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REJEITOS – ATERRO SANITÁRIO |
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Coleta convencional domiciliar |
191.294 toneladas |
Rejeito galpões coleta seletiva |
2.525 toneladas |
RECICLÁVEIS SECOS – DOAÇÃO ASSOCIAÇÕES CATADORES |
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Coleta seletiva, Ecopontos e PEVs |
12.052 toneladas (4,91% de desvio para meta de 24%) |
RECICLÁVEIS ORGÂNICOS – COMPOSTAGEM COMCAP |
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Restos de alimentos, podas e roçagem |
3.437 toneladas (4,69% de desvio para meta de 25% |
Pela caracterização dos resíduos sólidos domiciliares coletados em Florianópolis:
- 35% são orgânicos (24% restos de alimentos e 11% resíduos verdes como podas, restos de jardinagem e folhas varridas na limpeza pública)
- 43% são recicláveis secos (embalagens de plástico, papel, metal e vidro)
- 22% são rejeitos (lixo sanitário e outros materiais que não podem ser recuperados).
Em 2018
Meta desvio do aterro Realizado Em relação a meta
Recicláveis secos (metal, vidro, papel e plástico)
24% 13,39% 56%
Orgânicos (podas e restos de alimentos)
25% 4,69% 19%
Projeção 2020
Recicláveis secos 37%
Orgânicos 45%
Projeção 2030
Recicláveis secos 60%
Orgânicos 90%