Gestão de Resíduos (SMMA)

11/11/2011 - Continente
Presidente da Comcap participa de evento do Cempre em São Paulo
Marius Bagnati destaca que a diretriz do governo federal, de incluir os catadores para implantara logística reversa no Brasil, tem o consentimento de grande parte da iniciativa privada

foto/divulgação:

Marius Bagnati e o gerente do Departamento de Coleta, Paulo Pinho, no pátio da Comcap

O presidente da Comcap, Marius Bagnati, participou em São Paulo, entre terça e quinta-feira, do sétimo Seminário de Resíduos Recicle Cempre. O Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) é uma associação sem fins lucrativos que reúne mais de 40 grandes empresas como Alcoa, Bunge, Nívea, Klabin, preocupadas com a gestão integrada dos resíduos sólidos.

Bagnati relata que, na ocasião, houve o lançamento da tvmeioambiente.com.br, parceria do Cempre e do Ministério do Meio Ambiente. Na sua opinião, este é um grande avanço na divulgação das ações de sustentabilidade. Também tiveram destaque as discussões acerca da importância das associações de catadores de materiais recicláveis.

Inclusão dos catadores tem apoio da indústria

“A diretriz do governo federal tem sido cristalina no sentido de incluir esses profissionais, fortalecendo e legalizando suas cooperativas.” Felizmente, indica, também a iniciativa privada percebe que os catadores são fundamentais para estabelecer no Brasil a política de logística reversa de modo a planejar o destino final de embalagens e produtos ainda na origem. Por exemplo, a Coca-Cola, que integra o Cempre, provavelmente não vai montar uma logística própria de recolhimento das PET, mas deverá colaborar para que as organizações de catadores tenham a condição de coletar, triar e destinar adequadamente as embalagens.

A importância dos catadores foi sublinhada especialmente pelo diretor do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, José Valverde Machado Filho, ao apresentar um trabalho sobre a eficiência energética nas cooperativas de catadores.

Parceria já ocorre em Florianópolis

A parceria com os catadores já opera há mais de uma década em Florianópolis. Toda a produção da coleta seletiva da Comcap é doada pela Prefeitura Municipal de Florianópolis para duas associações de catadores/triadores.

Até março do ano que vem, observa Bagnati, devem ser construídos acordos setoriais nacionais para dar conta da reciclagem por tipo de material. 

Mais informações sobre a coleta seletiva

A Comcap está no centro da rede de reciclagem de materiais e tem maior interesse em coordenar e articular melhor todos os atores, tanto privados quanto associações e cooperativas de catadores, etc.

Hoje o principal desafio da Comcap nos condomínios é fazer o pessoal separar corretamente os resíduos recicláveis. Há muito material que, por estar misturado, acaba tendo de ser levado pela coleta convencional.

A coleta seletiva da Comcap, durante 2010, recolheu e doou para associações de catadores 7,5 mil toneladas de materiais recicláveis.

Essa quantidade representa menos de 5% do total coletado pela empresa. Mas é preciso lembrar que do lixo total 50% é orgânico e 20% é rejeito. Apenas uma parcela de 30% é potencialmente reciclável.

Nessa conta, do que é possível reciclar, a Comcap recicla muito mais. Hoje só a coleta seletiva da Comcap dá conta de 21% do que é possível reciclar em termos de seletivos secos.

Mas o que é mais importante é que a cidade de Florianópolis recicla muito mais. O moradores tem a cultura dos erres (Rs) desde o final da década de 80.

Florianópolis é a quarta cidade do Brasil com a maior taxa de quantidade de material reciclável recolhido por habitante/mês, conforme pesquisa da Ciclosoft, Cempre 2010 que, ainda assim, apura apenas o que passa pela balança da Comcap.

 

 

Cidade

Taxa

kg/hab.mês

 

Ranking

Londrina

3,57

1º lugar

Porto Alegre

1,76

2º lugar

Curitiba

1,33

3º lugar

Florianópolis

1,24

4º lugar

São Paulo

0,29

12º lugar

Belo Horizonte

0,40

11º lugar

Rio de Janeiro

0,10

19º lugar

A meta prevista no Plano Municipal de Saneamento é de aumentar para 20% a produção da coleta seletiva em Florianópolis. Passar das atuais 800 toneladas por mês para 2,4 mil toneladas (entre seco e úmido). Para desviar cada vez mais material do aterramento.

Hoje a receita com taxa de coleta no IPTU é de R$ 38 milhões ano para uma despesa de R$ 83 milhões. O custo do município com transporte e aterramento está em R$ 108, o que dá um custo médio anual de R$ 16 milhões.

Produção média da coleta convencional

Baixa temporada | 11,6 mil toneladas mês

Alta temporada | 14,5 mil toneladas mês

+25% nos meses de Verão

 

Produção média da coleta seletiva

Baixa temporada | 755 toneladas mês

Alta temporada | 811 toneladas mês

+7% nos meses de Verão

 

Resíduos Coletados ano | 155 mil toneladas

Coleta Seletiva | 7,5 mil toneladas (4,87%)

Seletivo Seco | 6,8 mil (90,95%)

Seletivo Orgânico | 681 toneladas (9,04%)

 

Meta PNRS | 70% até 2015

Seletivo Seco | 32,6 mil toneladas

Hoje Comcap coleta 21% do previsto

Seletivo Úmido | 49,9 mil toneladas

Hoje Comcap coleta 1,4% do previsto