13/02/2016 - SMS - Saúde
Com apoio militar, Capital faz varredura contra Aedes
Quase 1,5 mil pessoas passaram de casa em casa em 17 bairros da Capital

foto/divulgação: Mauro Vaz

Varredura foi feita em 17 bairros da Capital

As Forças Armadas entraram, neste sábado (13), num verdadeiro combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Quase 1,5 mil pessoas, entre soldados, voluntários e agentes de saúde fizeram uma varredura em pelo menos 17 bairros do Continente e da Ilha. A mobilização envolveu Prefeitura, Governo do Estado e Federal, Exército, Marinha e Aeronáutica.

 

A abertura da Mobilização Nacional de Esclarecimento sobre o Aedes aegypti ocorreu no Parque de Coqueiros, com a presença do governador Raimundo Colombo e da presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, representando o Governo Federal. "Santa Catarina tem um histórico de mobilização e de solidariedade. Estamos atuando em três pilares: o de mobilização, organização e conscientização da população", disse o governador.

 

Para o secretário de Saúde de Florianópolis, Daniel Moutinho Junior, que representou o prefeito Cesar Souza Junior no ato, a mobilização deste sábado deve ser lembrada diariamente pela população, para que a eliminação dos criadouros do mosquito seja constante.

 

"Temos a responsabilidade de acompanhar a luta do Estado e de todo o país para manter a nossa região livre de uma epidemia. A saúde não pode estar sozinha nesse enfrentamento, precisamos que as pessoas entendam que são as grandes combatentes do mosquito", afirmou Moutinho Junior. 

O coordenador regional das Forças Armadas na ação contra o Aedes aegypti, Richard Fernandes Nunes, contou que quatro mil soldados estão atuando em 34 municípios catarinenses e que as próximas ações serão de apoio na área da educação. "A presença dos soldados empresta credibilidade aos agentes e facilita a abertura das portas das casas para as ações de limpeza e conscientização", falou.

 

Na Ilha, a ação é mais de conscientização e panfletagem. Já na área continental, é feita fiscalização e limpeza de criadouros de larvas. A expectativa era de que entre 10 mil a 15 mil imóveis seriam visitados neste único dia nos bairros Rio Tavares, Campeche, Ribeirão, Tapera, Carianos, Ingleses, Rio Vermelho, Centro (Beira Mar), Capoeiras, Coloninha, Estreito, Jardim Atlântico, Canto, Balneário, Coqueiros, Abraão e Monte Cristo.

 

Números

Embora não tenha registrado casos autóctones dessas doenças até o presente momento, Florianópolis encontra-se especialmente vulnerável, seja pela grande e crescente quantidade de focos, seja pelo aumento de pessoas infectadas nos primeiros meses do ano (moradores viajando ou turistas vindos de áreas de transmissão).


“O histórico da dengue em todo o país nos mostra que o poder público, sozinho, não é capaz de afastar a epidemia. A população também é responsável por eliminar os focos do mosquito”, afirmou o secretário Daniel Moutinho Junior.

 

A capital catarinense segue sem registros de contaminação de dengue, zika ou chikungunya dentro do próprio território. Como Florianópolis não é área de transmissão dessas doenças, não se justifica nenhuma ação restritiva à gestação no momento. O Município está atuando em uma grande sensibilização dos serviços de saúde para que identifiquem e notifiquem imediatamente qualquer caso suspeito, o que tem sido monitorado de perto pela Vigilância Epidemiológica.

 

Em Florianópolis, foram registrados 254 focos em 2015, sendo 83% na Região Continental. Em 2016 já foram identificados 42 focos, dos quais 41 estão no Continente. Foram confirmados sete casos de dengue em 2016, todos contraídos fora do município, e outros 117 estão em investigação. A Capital tem um caso confirmado de zika, também contraído fora, 17 em investigação, e outros nove sendo analisados para chikungunya.

 

Histórico

Desde o verão passado, quando Itajaí registrou os primeiros casos autóctones da doença, Florianópolis criou o Programa de Combate à Dengue. Já a sala de situação municipal, envolvendo as principais secretarias da Prefeitura de Florianópolis, a Comcap e outras entidades parceiras, foi instalada em outubro de 2015, três meses antes da determinação do Ministério da Saúde.

 

Entre tratamento em áreas de foco e denúncias encaminhadas à Ouvidoria, a Prefeitura de Florianópolis atende a mais de 30 mil imóveis por mês. Vinte mil deles são decorrentes dos trabalhos de tratamento em áreas de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.


A este número, que cresce a cada dia, somam-se as denúncias feitas à Ouvidoria, pelas redes sociais, além dos chamados pontos estratégicos (floriculturas, cemitérios, borracharias e ferros-velhos, entre outros), os pontos onde há armadilhas para o vetor e as visitas a locais onde são detectados casos suspeitos da doença.


galeria de imagens