15/06/2010 - SEMAS - Social
Combate à violência faz parte da luta pelos direitos do idoso
Em Florianópolis o número de atendimentos chega a 895 por ano

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O cuidado e atenção à pessoa idosa são responsabilidade de toda a sociedade. O Estatuto do Idoso determina que “É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”. Em 2008, o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa, CIAPREVI, de Florianópolis, fez 895 atendimentos a vítimas com mais de 60 anos. Em 71,8% dos casos, os atendimentos foram feitos a mulheres.

 

Tapas, beliscões, empurrões, qualquer ato que cause dor, ferimento ou coerção representa violência física contra o idoso. Ainda são poucas as pesquisas no Brasil sobre esse tipo de agressão. Dados publicados no site Brasilidosos (http://brasilidosos.wordpress.com) indicam que, no estado do Rio de Janeiro, 78,4% das agressões que os idosos sofrem ocorrem dentro de casa. Os dados se baseiam nas ocorrências policiais de maus-tratos contra pessoas com mais de 60 anos. A pesquisa aponta que em 52% dos casos o agressor é um parente ou o companheiro.

 

A Rede Internacional para a Prevenção dos Maus -Tratos contra o Idoso define que mau-trato  é “um ato (único ou repetido) ou omissão que cause dano ou aflição e que se produz em qualquer relação na qual exista expectativa de confiança”.

 

A violência sexual ocorre com idosos quando são assediados ou forçados a manterem qualquer tipo de relação sexual. Qualquer tipo de abuso físico causa danos psicológicos, assim como as ameaças e chantagens. A violência psicológica também se dá quando as pessoas são ignoradas, humilhadas ou expostas a situações constrangedoras. A incidência desse tipo de violência em Florianópolis chama atenção: representa 20,5% dos casos.

 

Quando as necessidades básicas como atendimento médico, alimentação e higiene são mal atendidas ou totalmente negadas, os idosos estão sofrendo pela negligência daqueles que deveriam ampará-los. O último relatório do CIAPREVI, de 2008, indica que a maior parte das denúncias de violência contra o idoso foi de casos de negligência, que representam 38% do total.

 

Casos extremos resultam em abandono nas ruas, lares, hospitais, em que aqueles que deveriam estar vivendo a melhor idade ficam esquecidos e isolados do convívio familiar. Abandono também é violência contra o idoso.

 

Há idosos que tem outra sorte: a família quer tê-los mais perto, não por carinho ou preocupação, mas para poder usufruir de sua aposentadoria ou pensão. Com cada vez mais possibilidades de empréstimos consignados, muitos idosos sofrem exploração financeira ao assinarem contratos que mal entendem ou até chegam a ter suas assinaturas falsificadas para que outras pessoas de sua família usem o dinheiro emprestado.

 

Ao ter um comportamento que ameaça sua própria saúde ou segurança ou ao recusar receber cuidados necessários, o idoso violenta a si mesmo; é a chamada autonegligência. A autonomia da pessoa idosa deve ser respeitada enquanto ela demonstre ser capaz de tomar as decisões sobre sua vida, mas também é preciso prestar atenção para que limitações físicas ou psicológicas não façam com que a própria pessoa impeça os cuidados que deve receber.

 

Qualquer tipo de violência tem que ser denunciada. As suspeitas são sempre levadas às instituições responsáveis, que fazem a investigação e o acompanhamento não só do idoso, mas também de seus familiares. Em Florianópolis, a denúncias devem ser feitas ao CIAPREVI pelo número: 0800-6440011.

 

 

Tipos de violência denunciadas

Negligência.......................38%

Agressão psicológica.......20,5%

Abuso financeiro.............17,5%

Agressão física................11,5 %

Abandono........................8,6%

Autonegligência...............3,6%

Violência sexual...............0,3%

Fonte: relatório estatístico 2008 CIAPREVI