Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

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Forte Santa Bárbara

 

De propriedade da Marinha do Brasil, o Forte Santa Bárbara foi cedido à Prefeitura de Florianópolis em julho de 2000, após negociações junto ao Comando do 5º Distrito Naval. A cessão do imóvel envolveu como contrapartida a construção da nova sede da Capitania dos Portos, que até 1998 estava instalada no forte e foi transferida para a região continental.

 

Restaurado há uma década, sob orientação da 11ª Delegacia Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o imóvel abrigou a estrutura administrativa da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) até abril de 2013.

 

Sistema de Defesa da Ilha

Erguido em meados do século 18 para compor o conjunto defensivo do litoral sul brasileiro, o Forte Santa Bárbara tinha a finalidade de evitar a passagem pelo canal do Estreito e proteger a Vila de Nossa Senhora do Desterro. Apesar da escassez de registros da época, é provável que a edificação tenha sido projetada por volta de 1760 para conter os invasores, caso conseguissem ultrapassar a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição (de Araçatuba), ao sul da Ilha.

 

Construído sobre uma ilhota rochosa, o forte tinha a aparência de um tradicional sobrado luso-brasileiro, feito em alvenaria de pedras de um só pavimento, num único bloco, com cobertura em quatro águas. A edificação ligava-se à Ilha por um passadiço construído sobre arcos de alvenaria, e abrigava os quartéis da tropa, o armazém e a casa da pólvora.

 

Citado por viajantes estrangeiros que estiveram na Ilha, como Jean François de La Pérouse (1797), Krusenstern (1803), e Debret (1822), o Forte Santa Bárbara localizava-se sobre um terrapleno, guarnecido por uma muralha de cerca de 70 centímetros de espessura na parte superior e altura de quase cinco metros. Possuía 12 canhões de ferro e um de bronze.

 

Múltiplas intervenções

Em 1871, o forte encontrava-se em ruínas, após contínuas descaracterizações. O antigo quartel da tropa havia sido demolido e um galpão de dois pavimentos, para alojamento de colonos, foi acrescentado. O prédio teve as canhoneiras fechadas, anos depois, quando foi usado como hospedaria para doentes em quarentena e como hospital militar. A edificação também ganhou floreiras e um parapeito na muralha, e o terrapleno foi pavimentado.

 

Após outra reforma, em 1873, o imóvel sediou o governo provisório dos revolucionários federalistas. Em 1874, foi remodelado para sediar a Capitania dos Portos das Províncias do Rio Grande de São Pedro do Sul e de Santa Catarina, instalada em 1875. Entre 1940 e 41, o prédio foi mais uma vez reformado, sofrendo novas intervenções na década seguinte, com acréscimo de compartimentos.

 

Nessa época, os primeiros aterros da cidade já envolviam a pequena ilhota, ligando-a definitivamente à Ilha de Santa Catarina. As linhas ecléticas que adornavam as fachadas da edificação foram abandonadas no início do século 20, e uma nova reforma deu ao imóvel uma fachada geométrica, típica dos anos 1930, aspectos arquitetônicos que ainda exibe.

 

Atualmente, apesar de descaracterizado, o forte mantém a muralha e os arcos de alvenaria ainda visíveis, mesmo depois do aterramento feito na área da Baía Sul, no início da década de 1970. Em 1984, foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

 

Anos mais tarde, em função do aterro que impediu o acesso direto ao mar, a Marinha do Brasil, por meio do Comando do 5º Distrito Naval, iniciou tratativas com o Governo do Estado para a construção de um novo prédio para a Capitania dos Portos, em Florianópolis, na área continental.

 

A mudança para as novas instalações somente aconteceu em 1998, período em que o Forte Santa Bárbara foi restaurado e cedido à Prefeitura de Florianópolis, que permitiu a instalação da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes no local. O convênio entre o município e a Marinha do Brasil foi firmado em 26 de julho de 2000, dentro das comemorações do aniversário da FCFFC.

 

Em abril de 2013, a Fundação Franklin Cascaes deixou as instalações do Forte Santa Bárbara e instalou-se no Centro Executivo Mauro Ramos, situado na Avenida Mauro Ramos, em frente ao Instituto Estadual de Educação, na área central. Devolvido para uso da Marinha do Brasil, o Forte Santa Bárbara será restaurado para abrigar um museu naval, dotando a cidade de mais um espaço cultural.

 

Localização:

 

Endereço: Rua Antônio Luz nº 260 – Centro

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