Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes

17/10/2011 - Cultura
Festival Isnard Azevedo encerra com homenagem a Antônio Cunha
Encerramento do festival de teatro, no domingo, foi marcado por homenagem ao ator, diretor e dramaturgo Antônio Cunha, além de apresentação do espetáculo Marlene Dietrich - As Pernas do Século

foto/divulgação:

Troféu Isnard Azevedo foi entregue pela Superintendente Adjunta da Fundação Franklin Cascaes, Roseli Pereira

A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) entregou no domingo (16/10) o Troféu Isnard Azevedo ao diretor, dramaturgo e ator Antônio Cunha em reconhecimento à contribuição dada ao desenvolvimento do teatro catarinense. A homenagem, seguida de apresentação do espetáculo “Marlene Dietrich – As Pernas do Século”, da Minouskine Produções e Lúdico Produções Artísticas (Rio de Janeiro/RJ), marcou o encerramento do 18º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo, no Teatro Governador Pedro Ivo.

 

Celebrando 18 anos de atividade, o festival ofereceu à cidade a maior grade de programação da história do evento, beneficiando um público de mais de 40 mil pessoas. Estiveram na capital 31 grupos teatrais de seis estados do Brasil percorrendo 40 comunidades do município, realizando um total de 144 apresentações em teatros, praças, parques, escolas, ruas e espaços alternativos - quase todas as sessões foram realizadas com acesso gratuito.  

 

O 18º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo é uma realização da Prefeitura da Capital e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC). O evento conta com patrocínio Governo do Estado de Santa Catarina, por meio do Funcultural, e Tractebel Energia – GDF Suez, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura (MinC), além de ter apoio do Grupo Orbenk e do Majestic Palace Hotel.

 

Noite de homenagem

Pelo quinto ano consecutivo, no encerramento do Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo é homenageada uma personalidade do meio teatral em Florianópolis. Em 2007, o troféu foi entregue à professora Vera Collaço, do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), representando o meio acadêmico. No ano seguinte, o iluminador Carlos Falcão recebeu a distinção como profissional da área técnica. Em 2009, a estatueta foi concedida à atriz Zeula Soares pelos anos de dedicação e atuação nos palcos.

 

José Ronaldo Faleiro foi premiado em 2010 por sua contribuição profissional e incursão nos diversos campos das artes cênicas. Em 2011, a comissão organizadora do 18º Floripa Teatro optou pela homenagem ao diretor e dramaturgo Antônio Cunha, que contribui com sua produção, talento e profissionalismo para dar visibilidade internacional ao fazer teatral catarinense.

 

Nascido em Florianópolis e formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina, Antônio Carlos da Cunha, 50 anos, descobriu a paixão pelo teatro ainda jovem, na década de 1970, atuando com o grupo Arca e, posteriormente, integrando dois dos grupos teatrais mais antigos e respeitados na cidade: Armação e Dromedário Loquaz.

 

Como ator, uma de suas primeiras experiências foi na peça “Rosa de Hiroshima”, de autoria própria, encenada pelo Grupo Arca, em 1979. A partir daí seguiram-se outros trabalhos autorais como “Ecos” (1979) e “A Luz no Fim do Túnel” (1980). Com o grupo Armação, atuou na peça “Quem Casa Quer Casa” (1989) e “Cala a Boca Já Morreu” (1994), entre outras montagens.

 

É de sua autoria a peça “Dona Maria, a Louca”, apresentada em Florianópolis e São Paulo, e que estreou em julho deste ano, em Lisboa (Portugal), com a atriz portuguesa Maria do Céu Guerra, permanecendo em cartaz até o momento, com grande sucesso. Cunha também assina as peças “As Quatro Estações” e “Flores de Inverno”, todas publicadas no livro “Três Dramas Possíveis”, editado em 2004, além de “Contestado - A Guerra do Dragão de Fogo Contra o Exército Encantado”, do roteiro do filme de curta-metragem “Santa”, dentre outros.

 

Em três décadas de atividade profissional, Antônio Cunha tem participação em mais de 30 espetáculos, além de nove filmes. Como ator, vem realizando diversos trabalhos no teatro e no cinema de Santa Catarina, destacando-se o filme “Amores Raros”, de Tânia Lamarca, o mais recente. Assinou ainda a direção de várias peças de teatro, suas e de outros autores, sendo a última “Uma Visita”, do dramaturgo alemão Martins Walser, que dirigiu em 2008, e com a qual excursionou em 2009 pelo território dos Açores, em Portugal, a convite do governo local. 

 

Recentemente iniciou incursão pela ópera, realizando a concepção e direção cênica dos espetáculos “O Diretor de Teatro” (Der Schauspieldirektor) de Mozart (2004) pela Companhia da Ilha; Cavalleria Rusticana, de Mascagni (2004); A Flauta Mágica, de Mozart (2005); Rigoletto, de Verdi (2006); La Traviata, de Verdi (2007 e 2008); O Elixir do Amor, de Donizetti (2008) todas pela Pró-Música de Florianópolis. Em 2010, dirigiu com a mesma equipe a remontagem da ópera La Traviata, desta vez pela Cia. Ópera de Santa Catarina, para a qual prepara, agora em 2011, a ópera “Carmen”, de Bizet.

 

Pelo trabalho realizado ao longo da carreira recebeu várias premiações, com ênfase para o Prêmio “Bastidores”, concedido em 1989 pela atuação e melhor criação de tipo na peça “Quem Casa Quer Casa” e, em 1992, como melhor autor catarinense pela peça “Flores de Inverno”. Em 1999, conquistou o Prêmio Plínio Marcos de Dramaturgia no 25º Festival Nacional de Teatro de Lages, em 1999, com o texto “Dona Maria, a Louca”.


galeria de imagens