Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes
Apreciadores da música popular brasileira comemoram o Dia Nacional do Choro em 23 de abril, data do aniversário de nascimento do compositor Pixinguinha. Antecipando os festejos, o Clube do Choro de Florianópolis reúne, neste sábado (20), grupos de choro da cidade para homenagear o gênero musical e também o maestro José Cardoso, mestre Zequinha (1930-1990), um dos divulgadores do chorinho em Santa Catarina. A programação gratuita acontece na Praça Roldão da Rocha Pires, das 13h às 18h, em Santo Antônio de Lisboa.
O Dia Municipal do Choro tem apoio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC). A primeira edição do evento na região, em 2012, homenageando o maestro Aldo Krieger, atraiu 2,5 mil pessoas. Este ano serão 35 músicos se revezando no palco, além de gastronomia, feira de artesanato e mostra fotográfica sobre a história da MPB.
Participam das atividades os grupos Portal do Choro, Coro de Gato, Choro a Quatro, Nó na Madeira e Segura o Choro, além dos músicos Wagner Segura (violão 7 cordas), Bruno Moritz e Marcelo Besen (acordeon), Leandro Pacheco e Vinícius Buch (bandolim), e Hanna Bjorgaas (violino).
O Dia do Choro foi instituído no Brasil pela Lei nº 10.000/2000 em homenagem a Alfredo da Rocha Vianna Filho. Em Florianópolis, a homenagem é referendada pela Lei nº 8.007/2009, que também estabelece a data de nascimento de Pixinguinha, 23 de abril, como Dia Municipal do Choro, acatando proposição do vereador Márcio de Souza (PT). A iniciativa pretende valorizar e divulgar a música instrumental brasileira e catarinense, dando visibilidade aos grupos e solistas da nova geração da MPB.
Chorinho regional
Em todo o país, as comemorações do Dia do Choro celebram a data de nascimento de Pixinguinha, mas os festejos em Florianópolis homenageiam também o músico José Cardoso, que coordenou até 1989 o conjunto de choro mais popular em Santa Catarina – o grupo Regional do Zequinha.
Acostumado ao universo musical desde criança, José Cardoso conheceu a época áurea do rádio, atuando como locutor, músico, diretor musical e participou também de radionovelas. Tocava violino, contrabaixo, violão, piano e bandolim. Foi ainda professor de música, formando e revelando novos músicos.
Talentoso compositor de valsas, boleros, sambas e marchas carnavalescas, entre outros ritmos, José Cardoso, o maestro Zequinha, contribuiu para divulgar a música catarinense, em especial o chorinho, em todo o estado e também no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, apresentando-se com o Regional do Zequinha.
Ritmo com tempero brasileiro
Considerado o mais antigo gênero musical brasileiro, o choro ganhou força no país a partir da influência de melodias europeias, entre elas a polca, mazurca e valsa, mescladas com ritmos africanos como o lundu, que se popularizaram no século 18. Um dos responsáveis por dar a essa mistura um tempero bem brasileiro foi Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha.
Nascido no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1897, Vianna Filho descobriu o talento para a música aos 12 anos, por influência do pai, que era flautista. Reconhecido como um dos maiores gênios da música popular brasileira e mundial, Pixinguinha foi compositor, arranjador, maestro e instrumentista. O apelido surgiu da mistura de “Pizindim” – carinhosamente dado pela avó africana Edwiges, e que significava “menino bom” – com “bexiguinha”, apelido que ganhara depois de contrair varíola, doença também conhecida como bexiga. Pixinguinha faleceu aos 75 anos, em 17 de fevereiro de 1973.
O choro em Santa Catarina tornou-se referência na região sul com nomes como José Brasilício de Sousa, Aldo de Souza, Carlos Alberto Vieira, Aldo Krieger, Pedro Raymundo, José Cardoso e Tião do Violão. Na atualidade, uma nova geração de chorões vem surgindo no Brasil, representada por Maurício Carrilho, Jorginho do Pandeiro, Yamandú Costa e Guilherme de Brito, além de talentos catarinenses como Wagner Segura, Geraldo Vargas, Chico Camargo e Rogério Piva, entre outros nomes.
Serviço:
O Quê: Dia Municipal do Choro
Quando: sábado (20/04) – 13h às 18h
Onde: Praça Roldão da Rocha Pires – Santo Antônio de Lisboa
Quanto: gratuito