Secretaria Municipal de Educação

03/11/2014 - Educação
Exclusão é comum no país, diz consultora do MEC
Maria dos Santos participou do Seminário de Educação Inclusiva da SME

foto/divulgação: Petra Mafalda/PMF

Maria Terezinha dos Santos ministrou a palestra \'A escola comum aberta às diferenças\'.

Geralmente, as escolas do Brasil não abrem espaço para a diferença e acabam excluindo os alunos com necessidades especiais. Para Maria Terezinha dos Santos, consultora de Educação Inclusiva do Ministério da Educação, esse padrão existe nos estabelecimentos de ensino há bastante tempo e deve ser derrubado.


Maria debateu o assunto no “Seminário de Educação Inclusiva: direito à diversidade”, que teve início nesta segunda-feira (3) e se estenderá até a próxima quinta (6).


O Seminário é promovido pela Secretaria de Educação de Florianópolis, em parceria com o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI). O evento está sendo realizado no Hotel Cambirela, na avenida Marinheiro Max Schram, 2.199, Estreito.


Maria Terezinha dos Santos, doutora em Formação de Professores, ministrou a conferência “A escola comum aberta às diferenças”. Na palestra, conversou com os presentes sobre a comum exclusão de pessoas com necessidades na educação.


Maria falou sobre como esse padrão se instala e quais são as consequências que ele causa. Conforme a consultora do MEC, essa situação das escolas é imperceptível, surge aos poucos e vai ganhando força com o tempo. Isso acaba gerando um preconceito velado, os alunos começam a ser rotulados e também excluídos.


Na palestra, Maria explicou para os professores como a escola pode se abrir para as diferenças, que trazem benefícios e enriquecem o convívio de todos, sejam alunos ou educadores.


Para Rosângela Machado, gerente de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação, a diferença tem que ser tratada como condição humana. Para ela, deve-se estudar a diferença como um todo, e não apenas o diferente, de forma a não excluí-lo ainda mais.

Os desafios da educação inclusiva


Na terça, Jean Robert Poulin, professor da Université du Québec à Chicotimi, que possui phD em psicopedagogia pela Universidade de Montreal, no Canadá, ministrará a palestra “Quando a escola permite a contribuição no contexto das diferenças”. Á tarde, Adriano Henrique Nuernberg, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, falará sobre deficiência e contemporaneidade em sua palestra.


Na quarta-feira, quem iniciará as atividades será Paulino de Jesus Cardoso, membro da Comissão Técnica Nacional para Educação dos Afro-Brasileiros do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR/SEPPIR). Sua palestra abordará as ações da ERER (Educação para as relações étnico-raciais) nas instituições educativas.


O Ensino de Jovens e Adultos também estará em debate no seminário. Mauro Silva, da Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, ministrará a palestra “Direito à educação e os desafios contemporâneos do EJA no Brasil.


Exemplo nacional


Quando o assunto é educação inclusiva, Florianópolis é lembrada como referência nacional. Um dos motivos que leva a cidade a despontar no país é a garantia, sem exceção, do direito de todos à escola.


 “Em Florianópolis, a educação especial, que não é substitutiva da escola regular, é um serviço complementar de qualidade à escolarização do aluno com deficiência, visando acessibilidade ao ambiente e conhecimento escolares”, afirma Rosângela Machado, Gerente do setor na Secretaria de Educação da Capital.


De acordo com os últimos dados, a Rede Municipal de Ensino da capital catarinense é responsável por 520 estudantes com algum tipo de deficiência e transtorno do espectro autista, distribuídos na educação infantil, fundamental e na educação de jovens, adultos e idosos.


Para dar atenção ao grupo, há 44 professores de educação especial que atuam no atendimento educacional especializado e 130 auxiliares para alunos que têm restrições na locomoção, não conseguem se alimentar sozinhos e necessitam de auxílio na higiene pessoal.


Há ainda dez professores de Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, doze intérpretes de LIBRAS e 15 professores que atuam no Centro de Atendimento Pedagógico para Alunos com Deficiência Visual – CAP.


São 22 salas multimeios, dotadas de instrumentos e equipamentos, para o Atendimento Educacional Especializado. No CAP são produzidos livros em Braille, livros e textos com caracteres ampliados, mapas em alto relevo, entre outros materiais acessíveis ao estudante com cegueira ou com baixa visão. Todos os profissionais participam de formação continuada para aprimoramento da prática de Atendimento Educacional Especializado. 

 

Programação

 

Terça-feira – 04/11

 

7h30 – Café da manhã

 

8h45 – Palestra: Quando a escola permite a contribuição no contexto das diferenças

Jean Robert Poulin— Université du Québec à Chicoutimi – Canadá

 

10h30 – Mesa: Tecnologia Assistiva e a inclusão em um piscar de olhos.

Mara Satoretto—Assistiva Tecnologia e Educação - POA/RS

Cimone Halberstadt e Hermann Halberstadt—RS

 

12h – Almoço

 

13h30 – Palestra: Deficiência e contempora-neidade

Adriano Henrique Nuernberg —UFSC

 

15h – Coffee Break

 

15h30 – Sala de visitas: Movimentos interse-toriais em defesa da inclusão de estudantes com deficiência.

Mayra Silveira — Ministério Público/SC

Geisa Bock — UDESC

Fernanda Baggio — Câmara de Vereadores/Fpolis

Estâsnila Poletto—EB Acácio G. S. Thiago

Mediadora - Rosângela Machado— SME—Fpolis

 

17h – Atividade Cultural 

 

Quarta-feira – 05/11

 

7h30 – Café da manhã 

 

8h45 – Homenagem a Zumbi dos Palmares 

 

9h – Palestra: A tradução das ações da ERER nas instituições educativas.

Paulino de Jesus F. Cardoso—NEAB/ UDESC

 

10h30 - Relatos de Experiência:

Diversidade Étnico-Racial: uma proposta dos prof. auxiliares.

Karina Araújo Dias - EBM Antonio P. Apóstolo

Paulo R. Ricardo - EBM Antonio P. Apóstolo

 

Nossas raízes de lá e de cá: conhecendo um pouco sobre a África e os legados afri-canos em nossa cultura

Anne Marie Tribess - Creche Mª Nair da Silva

 

O que contém nosso vasto universo

Adriano da Silva - EJA Centro I

Carina Santiago dos Santos - EJA Centro I

 

12h – Almoço

 

13h30 – Palestra: Direito à educação e os desafios contemporâneos para a EJA no Brasil

Mauro Silva — Ministério da Educação

 

15h – Coffee Break

 

15h30 – Mesa: Um olhar sobre os sujeitos da diferença

Gabriela Silva—Unisul

Nadir Azibeiro—Centro Cultural Escrava Anastácia

 

17h – Atividade Cultural

 

Quinta-feira – 06/11

 

7h30 – Café da manhã

 

9h – Atividade cultural

 

9h20 —Conferência de encerramento: O direito à diferença na igualdade de direitos.

Rosângela Machado— SME—Fpolis

 

11h – Atividade cultural e encerramento


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