Secretaria Municipal de Educação

08/12/2014 - Educação
Educação infantil ganha prêmio nacional do MinC
Três unidades são destaques pelo Ministério da Cultura

foto/divulgação: Arquivo: Nei Maria Salomé

Cor da pele: tema debatido pelo Nei Salomé

Três unidades de educação infantil da Secretaria Municipal de Educação foram vencedoras do prêmio nacional “Escola: lugar de brincadeira, cultura e diversidade”.

 

Na lista de 40 ganhadores de diversas partes do país, divulgada pelo Ministério da Cultura, estão a Creche Monteiro Lobato, no Carianos, Núcleo de Educação Infantil Canto da Lagoa e Núcleo de Educação Infantil Maria Salomé dos Santos, em Sambaqui.

 

Cada instituição terá direito a R$ 10 mil. O dinheiro deverá ser aplicado necessariamente na unidade, conforme as prioridades da comunidade escolar.

Promovido em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFCE), o prêmio tem o objetivo de identificar, reconhecer, fomentar e incentivar práticas lúdicas, artísticas e culturais nas instituições públicas de educação infantil.
 

Um pedacinho de terra

Na Creche Municipal Monteiro Lobato foi criado o projeto “Um pedacinho de terra perdido no mar... conhecendo Florianópolis". Descobrir a Ilha de Santa Catarina, com suas belezas naturais e sua história, além do funcionamento da cidade e seus personagens, os “manezinhos”, foi o objetivo do trabalho.

 

As professoras Jamira Furlani, Nara Alice Costa e Georgia Barros proporcionaram aos pequenos exploradores visitas a diversos pontos históricos e turísticos da capital catarinense. Conforme Jamira Furlani, para vivenciar um pouco da Ilha, a criançada precisa estar nos locais que guardam a memória de Florianópolis, como construções e monumentos.

 

Pequenos de 5 anos  visitaram a Ponte Hercílio Luz, Forte Santana, Catedral Metropolitana, Praça XV de Novembro, Mercado Público, Largo da Alfândega, Palácio Cruz e Sousa, Lagoa da Conceição, entre tantos lugares.  

Conheceram a trajetória do município, que de Desterro transformou-se em Florianópolis. Aprenderam sobre o funcionamento da cidade: de onde vem a água e para onde vai o esgoto, o transporte coletivo, quem administra a cidade.

 

Estudaram algumas personalidades, como é o caso da rendeira Rose, do poeta Zininho, autor do Rancho de Amor à Ilha, que é o hino da cidade, e o artista plástico Valdir Agostinho, assim como o ex-tenista Gustavo Kuerten.

 

Tiveram contato com manifestações tradicionais, a exemplo do boi-de-mamão, pau de fita e arte em cerâmica.

 

“Fortalecer a identidade cultural nas crianças é um ponto importante da educação infantil e essa identidade passa, inicialmente, pela história de suas famílias, pelas manifestações culturais e históricas do local onde ela vive”, destaca Jamira Furlani.

Eu conto, tu contas

 

O Núcleo Municipal de Educação Infantil Maria Salomé ganhou o prêmio nacional com o projeto “Eu conto, tu contas, eles contam: minha história, minha cultura, meu mundo”. Desenvolvido com crianças de 5 e 6 anos, o projeto abordou  a diversidade existente no país.

 

Apresentou questões relativas à cor da pele, à condição social e financeira, valores morais, direitos, condições físicas e mentais, a constituição das famílias, manifestações culturais, a convivência do homem com o meio ambiente e a natureza.

 

Segundo a professora Elaine Brusco, as atividades desenvolvidas permitiram explorar todas as áreas do conhecimento de forma interdisciplinar como o meio ambiente e sociedade, linguagem oral e escrita, artes, matemática, música e movimento.

 

Ainda conforme Elaine Brusco, entre culinária, brincadeiras, danças, histórias, passeios, e pesquisas, o projeto  buscou fortalecer a identidade, a autonomia, a autoestima e o espírito crítico das crianças, propondo a reflexão infantil, associada à imaginação, fantasia e curiosidade. Participou do projeto também a auxiliar de sala Míriam Goulart.

Conhecendo o Canto

Havia uma menininha chamada Joana que tinha uma canoa de garapuvu. Havia o indiozinho Ita e a menina negra Omí. Os três fazem parte do enredo do projeto “Conhecendo o Canto e Cantando sua História”, do Núcleo de Educação Infantil Canto da Lagoa.

 

A gurizada é personagem de “A Flor do Amor”, história que tem como cenário um engenho de farinha e um riozinho da região do Leste da Ilha, o Rio da Quebrada.

 

A criançada viveu no mesmo lugar, mas em épocas diferentes. Joana, com sua canoa de garapuvu, representa a Lagoa da Conceição e sua cultura mais atual.  O Ita, que aprecia muito as frutas do local, representa os índios que povoaram a Ilha e ainda vivem nos arredores.

 

A Omí, menina negra, filha de africanos, moradores do Quilombo da Lagoa no século XIX, foi criada para trabalhar questões relacionadas ao preconceito étnico.

Como resultado do projeto, as crianças passaram a contemplar e admirar as águas da Lagoa da Conceição, na expectativa de ver a Joana navegando em sua canoa de Garapuvu.

 

Começaram também a se interessar mais pelas frutas no horário do lanche enquanto cantavam uma música ligada ao personagem Ita. Para brincarem de Omí, os pequenos igualmente disputavam as bonecas negras que antes eram desprezadas.

 

O projeto “Conhecendo o Canto e Cantando sua História” foi desenvolvido este ano com encontros semanais com as turmas das professoras Ana Lucia Tamutis, Maika Kinas, Evelize da Costa, Jacqueline de Jesus, Solange Volpato e Luana Geiss.

 

A autora do projeto é a cantora e compositora Rosana Moraes, que faz trabalho voluntário na unidade de ensino.

 

 Durante todo o ano foram realizadas saídas de estudo com as crianças, de até seis anos, para conhecerem as belezas naturais do bairro, assim como os projetos de preservação da fauna local.      

 

As crianças agora começam a aprender as músicas dos animais que compõem a fauna do Canto da Lagoa. E assim, surgem  novos personagens, como o tucano Luiz,  a graxaim Lise,  a Lontra Iracema, a Estrela Martinha e a tartaruga Maria, que vêm encantando e cantando o Canto da Lagoa. 


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