Secretaria Municipal de Educação
Agora, a criançada da Creche Municipal Poeta João da Cruz e Sousa, nas Areias do Campeche, conta com um anfiteatro coberto. A área é destinada à recreação e a apresentações culturais. A inauguração da melhoria ocorreu nesta quinta-feira (7).
O prefeito Cesar Sousa Junior compareceu à solenidade e lembrou que a demanda da unidade era de certa forma antiga. “Em 2013, em meu primeiro ano de mandato, visitei esta creche e uma criança, o Diego, me falou das dificuldades que a falta do teto trazia. Confesso que o que me comoveu foi o pedido do menino, e aqui está a obra”, relatou o prefeito.
O secretario de Educação Rodolfo Joaquim Pinto da Luz deu destaque para a preservação do prédio. “Fazemos isso para vocês e está tudo muito bem cuidado. Quem chega aqui hoje não sabe o que faz parte da obra original e da nova”, disse Rodolfo.
Elaine Cristina Pereira Lima, diretora da creche, salienta os benefícios que a nova conquista trouxe. “As crianças têm um espaço mais amplo e confortável”. Ela complementa: "Antes, não podíamos realizar atividades no anfiteatro por causa da chuva ou do vento.”
O projeto da cobertura foi concebido segundo o mesmo padrão arquitetônico adotado no restante do prédio. Permitiu o fechamento, com vidros, dos corredores de acesso a quatro salas localizadas na parte posterior da unidade. Esses corredores anteriormente eram expostos ao mau tempo.
Foram investidos na obra R$ 236 mil, beneficiando 150 crianças de quatro a seis anos. Os pequenos permanecem na creche em período integral. A unidade está localizada à rua Venâncio Bernardino Chagas, 75.
Poeta maior
O nome da creche é uma homenagem ao maior representante do simbolismo nacional. O simbolismo foi um movimento nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.
Cruz e Sousa nasceu João da Cruz em 1861 na antiga Desterro, atual Florianópolis. Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruze Carolina Eva Conceição, desde pequeno a educação da criança ficou sob a responsabilidade do ex-senhor da família, Marechal Guilherme Xavier de Sousa, e da esposa Clarinda Fagundes Xavier de Sousa. O casal, que não tinha filhos, além de cuidar de João da Cruz, deu o sobrenome a ele.
O primeiro livro
Em 1881, João da Cruz e Sousa já comandava o Jornal Tribuna Popular, combatendo a escravidão e o preconceito racial. Dois anos depois, foi recusado como promotor da cidade de Laguna, justamente por ser negro.
Cruz e Sousa aprendeu francês, latim e grego, bem como se dedicou à matemática e ciências naturais. O primeiro livro do poeta foi lançado em 1885, Tropos e Fantasias, em parceria com Virgílio Várzea.
Em fevereiro de 1893 publica Missal e, no mesmo ano, em agosto, é a vez de Broqueis, que dá início ao Simbolismo no Brasil, movimento literário que se estende até 1922.
Morreu em 1898 no estado de Minas Gerais. Seus restos mortais foram transferidos para o Museu Histórico de Santa Catarina.
