Secretaria Municipal de Educação

26/09/2019 - Educação
Recicladores e deficientes auditivos recebem certificação da EJA
O evento ocorreu no auditório do Centro de Educação Continuada

foto/divulgação: Carin Perske

Dezesseis certificações foram entregues nesta quarta-feira, 25 de setembro.

Os estudantes que concluíram o ensino fundamental, por meio da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA), da Prefeitura de Florianópolis, já podem começar a planejar novos caminhos.

 

Dezesseis certificações foram entregues nesta quarta-feira, 25 de setembro.

 

Quatorze destes estudantesfrequentaram o Polo da EJA Recicladores, no Itacorubi, e são trabalhadores que fazem parte da Associação de Coletores de Materiais Recicláveis (ACMR). Nesta turma, quatro irmãos estudavam juntos.

 

As outras duas pessoas que formam a turma que concluiu a EJA são Maciel Vieira, de 65 anos, e Rafael Alexandre Delfino Gadoti, de 28. Eles são deficientes auditivos e frequentaram o polo da Associação de Surdos da Grande Florianópolis, localizado no Centro.

 

O evento de certificação ocorreu no auditório do Centro de Educação Continuada da Secretaria de Educação.

 

O secretário de Educação, Maurício Fernandes Pereira, ressalta que uma das prioridades da Prefeitura é dar oportunidade àqueles que não sabem ler ou escrever ou queiram concluir o ensino fundamental. “Onde houver necessidade de abertura de uma localidade da EJA, lá estaremos para que a população de Florianópolis seja cada vez mais inserida no mundo das letras, da cultura, do saber”, lembra.

 

O adjunto da pasta, Luciano Formighieri, frisa que “o município construiu uma cruzada contra o analfabetismo e estabeleceu a decisão que não há limites para a Educação de Jovens e Adultos e Idosos na cidade”.

 

O próximo passo dos irmãos

  

Naturais de Chapecó e moradores de Florianópolis desde os anos 1990, os irmãos Volmir, Ivanir, Sarajane e Fabiana receberam a certificação. Entraram no ano passado, no primeiro segmento, e este ano saem da EJA prontos para o ensino médio. Mas os planos não param por aí.

 

Volmir Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Preto, tem 41 anos e é o presidente da Associação de Coletores de Materiais Recicláveis (ACMR).

 

Ele conta que ele e os irmãos tinham dificuldade para ir à escola em outro lugar, e foi então que a EJA apareceu para ajudar. “Fico muito feliz, pois consegui terminar meus estudos. Agora, o próximo passo é o ensino médio”. Preto tem planos de cursar uma faculdade, mas ainda está em dúvida entre Engenharia Mecânica ou Ambiental.

 

O presidente deixa uma mensagem para quem tem o sonho de voltar a estudar, “Busquem concluir seus estudos. Estudar é um direito de todos”.

 

Para Volmir a sala de aula não traz apenas formação e conhecimento, “ela te faz interagir com novas pessoas”. Segundo o estudante, a EJA resgata a autoestima, além de ofertar oportunidades.

 

Para Sarajane Rodrigues dos Santos, de 36 anos, a experiência de fazer o ensino fundamental com a EJA foi ótima. “Aprendi muito”. Ela afirma que pretende cursar uma faculdade de Administração, mas que antes vai se preparar para a prova de validação do ensino médio.

 

Superando barreiras

Rafael Alexandre Delfino Gadoti tem 28 anos e é surdo. Ingressou na EJA em 2018, pois precisou parar os estudos por um tempo quando era mais jovem.

 

“Eu vi a importância e a necessidade de continuar os estudos, pensando no meu futuro. Eu me esforcei muito para conseguir chegar no dia de hoje, na certificação. Enquanto estudava, trabalhava também. Encontrei algumas dificuldades por ser surdo”, explica o estudante.

 

Seu objetivo agora é cursar uma faculdade na área administrativa e colaborar com outras pessoas que também são surdas.

 

Gabriela Fermino tem 20 anos e também obteve seu diploma de certificação da EJA. A estudante é mãe de Heitor, que completará um mês. Sua pretensão agora é concluir o ensino médio.  


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