Secretaria Municipal de Educação
Inicia nesta quarta-feira (17) e vai até sexta-feira (19), o décimo quinto Seminário da Diversidade Étnico-Racial da Secretaria de Educação de Florianópolis. O tema deste ano é “Ancestralidade, Territórios e Memórias: por perspectivas pedagógicas insurgentes”.
Durante os três dias, haverá palestras, relatos de práticas pedagógicas, mesas-redondas e lançamentos de livros. O seminário, que ocorrerá online, será transmitido pelo Portal Educacional da Prefeitura de Florianópolis: https://www.youtube.com/c/PortalEducacionalFloripa.
A conferência de abertura, “Ancestralidades, Territórios e Memórias”, ficará por conta da doutoranda em Antropologia Social Jozileia Kaigang e da professora e membro-fundadora do Núcleo de Estudos Negros Jeruse Romão, às 9h30 da manhã de quarta-feira.
A partir das 14 horas, profissionais da rede de ensino de Florianópolis farão relatos de suas práticas pedagógicas. A professora Carina Santiago dos Santos e o professor Michel Soares Caurio abordarão: “Caminhos em diálogo na ERER: entre compromisso, disponibilidade e interdisciplinaridade na EBM Donícia Maria da Costa”. A professora Nailze Pereira de Azevedo Pazin apresentará seu relato com o título “Descolonizando o olhar. O que há de África em nós” e o professor Antero Maximiliano Dias dos Reis irá enfocar “Jogo didático de tabuleiro: conhecendo palavras e lendas indígenas”.
Caberá à Eliandra Moraes Pires explanar sobre “Leitura, escrita e afroetnomatematica: uma proposta de formação no 1º segmento da EJA” e Rosane Nienchoter discorrerá a respeito de “A etnomatemática na mediação da leitura e da escrita para a Educação de Jovens e Adultos (EJA)”. Ambas também são professoras da rede municipal de ensino de Florianópolis.
Para as 19 horas de quarta-feira está marcada a mesa-redonda “Interseccionalidade e Educação” com Ale Mujica Rodrigues, que tem doutorado em Saúde Coletiva; Winnie Bueno, doutoranda em Sociologia; e Izzie Madalena, mestranda em Educação.
Segundo dia de Seminário
Na quinta, às 9 horas, haverá a palestra “Infâncias e ERER (Educação das Relações Étnico-Raciais) com a doutora em Educação Cristina Teodoro. No mesmo período, a professora Nanci Vellose de Souza apresentará seu relato com o título “Identidade Étnica e Educação: experiências pedagógicas na EBM Osmar Cunha”.
Mariana Heck Silva, Elaine Cristina da Silva e Gracelaine Battisti, profissionais da rede municipal de ensino, vão debater a “Ampliação de repertórios culturais: Neim Orlandina Cordeiro em uma viagem aos países africanos de língua portuguesa”.
A mesa-redonda “Cosmovisões e culturas ancestrais” terá espaço às 14 horas com Geni Nunez, doutoranda em "Gênero e suas inter-relações com geração, etnia e classe”; E Jerá Mirim, professora do Território do Morro dos Cavalos; e Kellen Natalice Vilharva, doutoranda em Clínica Médica e membro do grupo de mulheres indígenas Arandu Kunha da aldeia Jaguapiru (MS).
No período da noite, a partir das 19 horas, será transmitido “Propostas pedagógicas na EJA Continente II: reflexões sobre as repressões dos territórios e corpos negros, com Raisa Adrianne Gomes e Ronaldo Schmitz Junior, professores da RME.
“As Relações étnico-raciais em pauta nas atividades da EJA Leste” terá a apresentação de Silmara dos Santos da Silva e Maria Luiza Coelho da Rocha, igualmente da RME.
No mesmo período, as professoras da rede municipal de ensino Sol Rocha e Christelle Abes, farão o relato intitulado “Oficina de Ritmos Populares do Brasil: Corpos que dançam e resistem”
Lançamento de livros
Na sexta-feira, às 19 horas, haverá lançamento de quatro obras envolvendo os autores Jeruse Romão, Priscila Freitas, Carina Santiago dos Santos e Rodrigo Cantos.
Jeruse Romão colocará à disposição do público o livro “Antonieta de Barros: professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil”. A pesquisadora e ativista do movimento negro e uma das fundadoras do Núcleo de Estudos Negros aborda todos os espaços pelos quais Antonieta circulou até a sua morte, em 1952, com 50 anos. Conforme Jeruse, enfrentando preconceitos num Estado de ‘brancos’, muitos deles de origem europeia, Antonieta de Barros jamais se dobrou.
O livro “A Música do Morro das Mulheres” é de autoria do professor da rede municipal de ensino da Capital Rodrigo Cantos. A obra aborda a manifestação musical das mulheres negras da comunidade do Monte Serrat, na região central de Florianópolis. O escritor fez um levantamento que remete ao início do século XX, com destaque para o canto das lavadeiras, o cacumbi e o terno de reis. Passa pelas manifestações mais estabelecidas e duradouras, como samba, umbanda e catolicismo e chega até as novas tendências propostas pela juventude, como o pagode e o hip-hop.
Carina Santiago dos Santos escreveu “A Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História”. O livro problematiza a prática pedagógica na educação de jovens e adultos a partir da pesquisa-ação, realizada entre coordenação pedagógica e professores, tendo como foco a educação das relações étnico-raciais. São também abordados estudos já realizados sobre o tema, evidenciando os anúncios que se fazem para a superação dos desafios que se colocam para essa modalidade educativa. O campo escolhido como lócus para a análise é a EJA desenvolvida na rede municipal de ensino de Florianópolis.
“O Orocongo do Menino Gentil”, de Priscila Freitas, retrata a vida de um ilustre morador de Florianópolis que disseminou a cultura africana, afro-brasileira e açoriana por meio da sua cantoria e do seu instrumento musical de origem africana chamado "orocongo".
