Secretaria Municipal de Educação

06/02/2013 - Educação
Confira o resumo da conferência da Psicóloga Bernadete Gatti
Ela falou no COEB sobre “A Prática educativa e a ação docente”

foto/divulgação: Rafael Rosseti

Divulgação SME

Nesta quarta-feira (06), primeiro dia do Congresso de Educação Básica, a  doutora em psicologia Bernadete Gatti fez a conferência “A Prática educativa e a ação docente: desafios para a qualidade”. 

 

Ela é pesquisadora e consultora da Fundação Carlos Chagas, onde exerceu as funções de coordenadora do Departamento de Pesquisas Educacionais e Superintendente de Educação e Pesquisa. Fez  doutorado na Université de Paris VII e pós-doutorados na Pensilvannia State University (Estados Unidos) e na Université de Montréal (Canadá).

 

 

Tem vários livros publicados e mais de duzentos artigos em revistas especializadas, no Brasil e no exterior. É docente aposentada da USP e da PUC-SP. Os seus últimos livros são “Formação de professores e carreira: Problemas e movimentos de renovação” e “A construção da pesquisa em educação no Brasil - série pesquisa e educação”.  

 

 

O COEB ocorrerá até sexta-feira no Centro de Cultura e Eventos da UFSC. A conferência terá como sede o auditório Garapuvu. A promoção é da Secretaria de Educação de Florianópolis.

 

 

Resumo da conferência

 

A preocupação com a educação e, em decorrência, com a formação de professores e suas condições de trabalho, aparece, atualmente, como uma questão importante na sociedade em razão das demandas e pressões de variados grupos sociais, dados os novos ordenamentos estruturais no mundo contemporâneo. Nesse cenário, o trabalho dos professores nas escolas adquire relevo e coloca novas exigências formativas.

 

 

As práticas educativas saem da trivialidade com que em geral vêm sendo consideradas e se tornam foco essencial para a qualidade da educação escolar tendo em vista os novos contornos dos desafios de propiciar aprendizagens significativas às crianças e jovens em suas formas de desenvolvimento no mundo de hoje.

 

Novos desafios para o fazer docente se colocam, novos desafios à formação inicial de professores para a educação básica  precisam ser considerados, bem como para a formação continuada dos docentes e especialistas educacionais, gestores, em exercício. O trabalho dos professores, os currículos, entre outros aspectos relativos à escolarização, o para quê educar escolarmente, se define hoje dentro de um projeto de construção de uma sociedade mais justa. O contexto atual é o da inclusão de todos no que diz respeito aos bens públicos

educacionais e sociais, e isto não estava posto na história anterior dos projetos

educacionais de formação do Estado como Nação. Trata-se da emergência de novoparadigma em política educacional. Em decorrência, precisamos de “uma escola justa e para ter uma escola justa precisamos de professores que assumam esse compromisso.”(J. Tedesco, 2010).

 

 Estamos assumindo que o papel da escola, e dos professores, é o de ensinar, ao mesmo tempo formando e propiciando o desenvolvimento das crianças e jovens, uma vez que postulamos que sem conhecimentos básicos para interpretação do mundo não há verdadeira condição de formação de valores e de exercício de cidadania, com autonomia e responsabilidade social. Nesse sentido é que a formação inicial e continuada de professores tem importância ímpar uma vez que cria as bases sobre as quais esse profissional vem a ter condições de exercer a atividade educativa na escola com as crianças e jovens que aí adentram, como também, as bases de sua profissionalidade e da constituição de sua profissionalização. Destaca-se a necessidade de um novo perfil profissional para enfrentar os desafios de ensino e de aprendizagem no momento atual e no futuro.

 

Pesquisas vem há décadas mostrando problemas diversos que são constatados nas formas de oferta das diferentes licenciaturas e quanto à sua contribuição para a formação inicial de docentes para a educação básica. No entanto, em que pesem as análises de pesquisadores, as gestões educacionais e as universidades têm apenas proposto reformulação deste ou daquele aspecto desses cursos, não tocando no âmago da questão tão bem salientado nas análises: sua estrutura institucional e a formulação de seus conteúdos curriculares. Pesquisas recentes mostram também a necessidade de se repensar as formações continuadas. Restando em aberto a questão do porque mudanças profundas não ocorrem em ambas as situações no Brasil. Neste sentido tem-se falado muito em crise formativa e na necessidade de mudanças radicais. Quais as condições para as mudanças necessárias será o objeto de nossa discussão.