Secretaria Municipal de Assistência Social
“A impressão que se tem ao ver as índias nas calçadas com crianças é que elas estão pedindo esmolas. E na verdade não é isso, o que elas precisam é de ajuda para a valorização da cultura indígena e com isso gerar mais renda para que se sustentem através do artesanato produzido. E é para que isso aconteça que estamos trabalhando”, explicou Ana Paula Cardozo, Coordenadora da COPPIR.
A Coordenadoria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial – COPPIR, em parceria com a FUNAI, o IGEOF e a Secretaria Executiva de Serviços Públicos - SESP, vem realizando reuniões com os órgãos parceiros para definir a melhor estratégia de valorizar a cultura do índio e assim melhorar sua condição de vida.
A reunião mais recente foi realizada no dia 14 de maio, com a comunidade indígena Guarani, no Morro dos Cavalos. Neste encontro, a comunidade expôs suas necessidades e sugestões de melhorias.
Já aprovado o espaço para a exposição de artesanato indígena na feira do no Largo da Alfândega. As propostas definidas na reunião ainda devem ser legitimadas. Serão discutidos ainda, o meio de transporte e a exposição dos produtos em outras feiras, como na Praça XV em feiras temporárias.
A inserção dos produtos indígenas no comércio também está sendo estudada, nesta reunião, uma equipe do Design Possível, do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, apresentou as possibilidades de ajudar nessa inserção, agregando o valor cultural no preço de cada peça. Cada comunidade terá sua barraca personalizada, com logomarca e a história da tribo.
Em troca, os índios se comprometem em não levar as crianças, para que estas não fiquem nas ruas.
Estas seriam medidas emergenciais para melhorar a qualidade de vida dos índios. A longo prazo, o objetivo é criar a “Casa de Cultura Indígena”, um projeto onde todo o artesanato produzido pelos índios será encontrado neste local, facilitando o reconhecimento da cultura e aumentando a venda de artesanato.
“Com certeza, essas mudanças vão nos ajudar muito. Só começo a me preocupar que vou precisar produzir muito artesanato. Nós vamos vender muito”, acredita Marco, cacique e artesão da aldeia de Maciambu.
“Sabemos que este é só o início, mas precisamos começar. O objetivo final é que com a inserção do produto deles no mercado, a renda esteja garantida. E assim, que os índios não precisem sair das suas aldeias”, concluiu Ana Paula.
No mês de julho, os índios devem ocupar seus espaços nas feiras.