Secretaria Municipal de Saúde

22/03/2016 - Saúde
Dengue grave: Capital tem caso importado
Paciente contraiu a doença na Argentina e está internado no Hospital Florianópolis

foto/divulgação: Arquivo SMS

Município continua realizando as ações de bloqueio de transmissão

A Secretaria de Saúde confirmou nesta semana um caso importado de dengue grave na Capital. O paciente contraiu a doença em viagem à Argentina, no começo de março, e foi internado no Hospital Florianópolis dia 16, onde permanece sendo tratado. Não há contágio direto da doença.

 

Cabe esclarecer que a evolução para o quadro de dengue grave depende de diversos fatores de suscetibilidade de cada paciente. Ela ocorre quando a pessoa infectada sofre alterações na coagulação sanguínea.

 

A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa, mas pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. A doença não é transmitida na forma grave, mesmo que o Aedes aegypti tenha contato com o paciente que esteja com esse quadro da doença.

 

Os sintomas iniciais são os mesmos da dengue clássica (febre, mal estar, cefaleia, dor no corpo), mas entre o terceiro e quinto dias da doença podem aparecer sinais de alarme como dor abdominal, manchas vermelhas no corpo, sangramento gengival, vômitos e queda da temperatura, além de alterações laboratoriais.

 

Bloqueio

Todas as medidas de bloqueio foram tomadas pelas equipes do Programa de Combate ao Aedes aegypti, incluindo varredura da área onde o paciente mora, em busca de focos do mosquito, e pulverização de inseticida, conhecida como fumacê, em Capoeiras.

 

Capoeiras foi escolhido para receber a primeira pulverização por ser, por dois anos seguidos, o bairro com maior infestação do mosquito. Também por causa da confirmação deste caso importado da doença. “A partir de agora, sempre que houver essa combinação de fatores, será feita a pulverização no raio de 150 metros a partir da residência do paciente”, informou Priscilla Valler, do Centro de Controle de Zoonoses.

 

Histórico

Desde o verão passado, quando Itajaí registrou os primeiros casos autóctones da doença, Florianópolis reforçou o Programa de Combate à Dengue. A Sala de Situação Municipal, por exemplo, envolvendo as principais Secretarias da Prefeitura de Florianópolis, a Comcap e outras entidades parceiras, foi instalada em outubro de 2015, três meses antes da determinação do Ministério da Saúde.

 

O trabalho da Prefeitura de Florianópolis envolve tratamento em áreas de foco, atendimento a denúncias encaminhadas à Ouvidoria, visitas aos chamados pontos estratégicos (floriculturas, cemitérios, borracharias e ferros-velhos, entre outros) e aos pontos onde há armadilhas para o vetor e vistorias em locais onde são detectados casos suspeitos da doença.

 

Já a varredura proposta pelo Ministério da Saúde, mobilizando agentes de saúde em visitas de porta em porta para identificação e limpeza de criadouros do mosquito, chegou a mais de 50 mil locais nas áreas com mais risco de infestação na Capital. A segunda etapa deste trabalho começou na primeira semana de março.

 

Números

Embora não tenha registrado casos autóctones dessas doenças até o presente momento, Florianópolis encontra-se especialmente vulnerável, seja pela grande e crescente quantidade de focos, seja pelo aumento de pessoas infectadas nos primeiros meses do ano (moradores viajando ou turistas vindos de áreas de transmissão).

 

Na Capital, foram registrados 254 focos em 2015, sendo 83% na Região Continental. Em 2016 já foram identificados 153 focos, dos quais 145 estão no Continente. Foram confirmados 45 casos de dengue em 2016, cujos locais de infecção estão sendo investigados em dois deles, quatro casos confirmados de zika, também contraídos fora, e seis confirmados de chikungunya.