Secretaria Municipal de Saúde

27/05/2015 - Saúde
Cariocas emprestam experiência com Lei Seca
Evento promovido pela Rede Vida no Trânsito, em alusão ao Maio Amarelo, discutiu bebida e direção

foto/divulgação: SMS

Marco Antônio falou sobre a Lei Seca no Rio de Janeiro

Educação e fiscalização são as armas usadas pela coordenação da Operação Lei Seca no Rio de Janeiro e que já ajudaram a reduzir em 30% os casos de alcoolemia no trânsito da cidade. A experiência exitosa da capital carioca foi levada pelo coordenador-geral da operação, Marco Antônio Andrade, ao I Encontro Catarinense de Segurança Viária: Bebida e Direção, na tarde desta quarta-feira (27), na Alesc.


O evento, promovido pela Rede Vida no Trânsito, teve o objetivo de discutir formas de combater o que já é chamado de epidemia das mortes por acidentes de trânsito em Santa Catarina. O encontro encerrou a programação especial do Maio Amarelo, mês internacional de promoção da segurança viária.


“Não adianta educar sem fiscalizar. No Rio, contratamos como agentes educadores perto de 30 pessoas que foram vítimas de acidentes de trânsito e que fazem palestras de conscientização em empresas e entidades educacionais, além de atuação em eventos noturnos onde há consumo de álcool”, contou Marco Antônio. O Rio de Janeiro faz 47 operações de fiscalização específicas para controle de condução de veículos com uso de álcool – são 30 mil motoristas checados por mês.


Além da palestra do coordenador carioca da Operação Lei Seca, falaram Eduardo Macário, diretor de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, Fernando Pedrosa, consultor em segurança viária e ex-coordenador do Programa de Redução de Acidentes (PARE) do Ministério dos Transportes, Maria Cristina Alcântara Hoffmann, representante da Coordenação Geral de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Denatran, e Graziela Casas Blanco, representante do Detran/SC.


Números


O índice de mortes no trânsito em Santa Catarina supera em quase três vezes as por homicídio no Estado e é 40% maior que a média nacional. Um dos focos da discussão será a aplicação da Lei Seca. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente ações baseadas em legislação restritiva, fiscalização e educação serão capazes de reverter o quadro de óbitos no trânsito.


“No Brasil, já temos a Lei Seca, porém em muitos lugares faltam as demais ações”, afirma Leandro Pereira Garcia, diretor de Vigilância em Saúde de Florianópolis e membro da Rede Vida no Trânsito.


A Global Road Safety Partneship, organização internacional referência em segurança viária, recomenda que para um programa de fiscalização ser bem sucedido, pelo menos um terço dos condutores de uma cidade precisam passar pelo teste do bafômetro no período de um ano. O objetivo do encontro é discutir ações para alcançar esse número de fiscalizações e disseminar a Lei Seca como ação de proteção ao cidadão.


A população ainda enxerga a blitz e o teste de bafômetro como um instrumento da ‘indústria da multa’. Na verdade, fiscalização e educação são medidas para evitar acidentes e acima de tudo, salvar vidas”, defende Leandro.