Secretaria Municipal de Saúde

12/07/2010 - Saúde
Florianópolis inclui a Educação Física no NASF
Matéria publicada na edição de junho do jornal do CREFSC

foto/divulgação: Caê de Castro

Secretário da Saúde recebe placa de agradecimento do CREFSC

Até pouco tempo atrás, a Educação Física não figurava entre as profissões que compõem a Atenção à Saúde, dentro de Estados e municípios brasileiros.Em Santa Catarina, esse cenário foi alterado em 2002, com a criação de vagas específicas para os profissionais na área, com o objetivo de promover maior qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade e riscos à saúde.

 

 Grande entusiasta da Educação Física, o secretário de Saúde de Florianópolis, Dr. João Cândido da Silva, criou a vaga de Profissional de Educação Fisica no quadro de  servidores efetivos no Estado (enquanto Secretário Estadual de Saúde) e levou a experiência ao município por atribuir à Educação Física uma grande parcela da diminuição dos casos de internação.

 

 Para o secretário, a Educação Física faz parte da estratégia da saúde. “A EF foi uma das profissões que lutamos para incluir, junto com o CREF3/SC, na saúde do Estado, em 2002. É a profissão que mais trouxe contribuições para a promoção e a recuperação das pessoas que precisaram utilizar o Sistema de Saúde, tanto no Estado quanto no município de Florianópolis”, afirma ele, completando que o ideal seria implantar vagas para EF no Estado inteiro para garantir o suporte fundamental para a recuperação de doenças. “Por isso, no nosso município fizemos mais. Em 2008 incluímos a EF nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF.

 

O apoio dos profissionais é um dos fatores preponderantes na melhora dos pacientes. Isso é representado em diversos depoimentos recebidos aqui na secretaria. Cartas de pessoas que solicitam mais profissionais, tamanha a importância dentro do complexo de saúde que prima pela prevenção, promoção e recuperação da saúde. ‘Ah, secretário, eu estava em cadeiras de rodas e agora não estou mais’. ‘Eu não conseguia andar direito e agora consigo ir até ao supermercado’. ‘Se eu deixar de fazer exercícios, aqueles comandados por profissionais, eu estaria entrevado numa cama’. Esses, para mim são talvez os maiores indícios de que o projeto deu certo”.

 

 Em Florianópolis, os profissionais de Educação Física atuam na Atenção Primaria à Saúde, fazendo a promoção e a prevenção à saúde, em especial a grupos de idosos, onde as mulheres são maioria. “Também atuam na atenção terciária, na recuperação de cirurgias, de doenças crônicas, utilizando conhecimentos técnicos, na química fina, na alta especialização. Por isso precisam estar bem preparados, e para tanto contamos com a Udesc, por exemplo, como Centro de referência na área”, enfatiza João Candido.

 

Para ele, apesar de imprescindível, a cultura do exercício ainda é nova. “Não é da minha geração, é uma cultura atual, da cardiologia, da pneumologia, da ortopedia, da área médica intervencionista que hoje passou a enxergar a prevenção como fator importantíssimo para evitar doenças, como problemas articulares, ortopédicos, cardíacos. A grande arma hoje contra a obesidade é o exercício físico”, ressalta e lembra ainda que a EF é a profissão da alegria. “Toda vez que lembramos da enfermeira, é imediata a associação ao remédio. O dentista lembra a dor de dente. Já o profissional de Educação Física faz lembrarmos de momentos de descontração, de esporte. E todas as vezes que sorrimos, vivemos mais”.

  

Modelo

  

O trabalho realizado em Florianópolis pode virar modelo nacional. De acordo com o secretário, o Ministério da Saúde deve visitar a cidade para conhecer o processo e, quem sabe, implantar em todo o Brasil. “Estou extremamente satisfeito com o trabalho desenvolvido pela Educação Física dentro da Secretaria de Saúde. Tanto é que em 2011 pretendemos aumentar as vagas para 12 e o plano é chegar a 16 profissionais em 2012. Se alguém está vivendo mais hoje, depois de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, é porque o profissional de EF está presente na recuperação. Nosso projeto será um exemplo para os municípios do país, contando, é claro, com a obrigatoriedade da inclusão do profissional de EF”, destaca.

  

Os resultados ainda não são concretos, mas o secretário acredita nos acontecimentos. “Não temos números, mas temos fatos. O paciente está indo menos ao médico e isso nos dá um indicativo palpável, mas não científico. Sugiro até que universidades façam um trabalho para definirmos os números. Sabemos que caíram as internações, percebemos isso. Mas precisamos que a universidade diagnostique isso”, comenta.

  

Cartilha

 

 Para orientar a população das questões de saúde, o secretário conta com o Conselho Regional de Educação Física de Santa Catarina, e deve firmar um convênio para produção de cartilhas orientativas. “Com a fé pública do conselho vamos produzir uma cartilha para orientação. Precisamos nos unir para conquistar a melhoria da saúde da população”,acredita.

 


O que são os NASF?

  

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família, criado pela portaria 154/2008 do Ministério da Saúde, define uma política para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, através do apoio direto de profissionais especializados em várias áreas do saber a um conjunto de Equipes de Saúde da Família (ESF). Cada NASF se co-responsabiliza, com as ESF, pelos problemas da população de seu território. Os usuários não são mais encaminhados, mas compartilhados entre as equipes. Os problemas e as soluções passam a ser divididos entre os profissionais, contribuindo para qualificar a Atenção Primária e aumentar sua capacidade de resposta aos problemas de saúde mais complexos.

 

Em Florianópolis são sete NASF implantados até o momento (maio de 2010), oferecendo cobertura para todas as equipes de saúde da família do município. Cada NASF em Florianópolis é composto por: profissional de educação física, assistente social, nutricionista, farmacêutico, psicólogo, pediatra e psiquiatra.

 

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis.

 

 

Texto da Jornalista  Denyse Orso Salvati