Secretaria Municipal de Saúde

23/12/2009 - Saúde
Saiba um pouco mais sobre o Diabetes
A Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde da capital ouviu a Gerente de Assistência Farmacêutica da entidade, Janaína Cupanni Baggio. Ela falou sobre o diabetes e o que a SMS tem feito para auxiliar os portadores desta doença. Por mês, são atendidas nos Centros de Saúde do município cerca de 900 pacientes com insulino-dependencia.

 

 

O que é o diabetes?

R. O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica com repercussões que envolvem o metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. O DM é definido como uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica tanto no jejum quanto no pós-prandial, freqüentemente acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial.

O DM é considerado um problema de saúde pública, com aumento na prevalência observado em todo mundo ano após ano. É considerada uma doença crônica que se caracteriza por atingir todas as classes socioeconômicas e populações de países em todos os estágios de desenvolvimento

2- Quais são os tipos de diabetes?

R. O diabetes mellitus é dividido atualmente em quatro tipos ou classes: Diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, diabetes gestacional e outros tipos específicos. As principais formas de diabetes mellitus em incidência, prevalência e significância clínica são de origem genética, diabetes tipo 1 e tipo 2. O diabetes tipo 2 acomete entre 90-95% dos pacientes, sendo o tipo mais comum de diabetes.

3- Por que tratar o diabetes?

R. O diabetes é atualmente considerado uma enfermidade cardiovascular. Os principais objetivos do tratamento são prevenir a ocorrência de complicações agudas e crônicas da doença, micro e macrovasculares, e promover qualidade de vida.

4- Qual o tratamento para o diabetes?

R. No caso do diabetes tipo 1, que é uma doença auto-imune caracterizada por ausência total de secreção de insulina, o tratamento é a insulinização. A abordagem inicial dos pacientes com diabetes tipo 2 é feita geralmente apenas com medidas não-farmacológicas, incluindo tratamento nutricional e atividade física, além da educação do paciente que deve acompanhar toda a evolução do tratamento. Não havendo resposta satisfatória adicionam-se antidiabéticos orais e, se necessário, insulina.

5- Quais os medicamentos utilizados no tratamento?

R. Os medicamentos orais disponíveis para o controle da glicemia incluem a metformina, do grupo das biguanidas, as sulfoniluréias (glibenclamida, gliclazida, glimepirida), metiglinidas, glitazonas e os inibidores da alfa-glucosidase.

É comum o uso de associações entre medicamentos orais e com a insulina em pacientes que não respondem adequadamente aos tratamentos isolados. Essas associações apresentam como principal vantagem uma intensificação da efetividade do tratamento e mudanças no perfil de ocorrência de efeitos indesejados.

6- Quais os tipos de insulinas existentes?

R. A insulina continua sendo o tratamento padrão para o diabetes, pois apresenta os melhores resultados em termos de eficácia e controle metabólico mesmo em pacientes em estágios avançados. Seu uso, entretanto, apresenta importantes barreiras, principalmente relacionadas à conveniência de sua administração por via subcutânea. Isso dificulta a adesão terapêutica e sua aceitabilidade entre profissionais e pacientes.

As insulinas podem ser classificadas de acordo com sua origem e perfil farmacocinético. Com relação à origem elas podem ser bovinas, suínas, humanas e análogos da insulina, obtidas por modificação da insulina humana em laboratório.

As insulinas de ação rápida incluem a regular, lispro, aspart e a glulisina. A insulina regular pode ser administrada pelas vias intravenosa (IV), intramuscular (IM) ou subcutânea (SC), sendo essa última mais comum.

As insulinas de ação intermediária incluem a NPH (Isofana) e lenta (Zíncica). Essas insulinas são liberadas lentamente a partir dos pontos de administração SC e alcançam atividade máxima após 6-12 horas.

As insulinas de ação prolongada são absorvidas mais lentamente que as intermediárias, proporcionando um suprimento “constante” de insulina circulante quando administradas 1-2 vezes ao dia (CORRER, 2008).

7- Quais são os medicamentos e insumos padronizados pelo Ministério da Saúde?

R. A Lei nº 11.347 de 27 de setembro de 2006 dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas de educação para diabéticos. Por sua vez, a Portaria nº 2.583 de 10 de outubro de 2007 define o elenco de medicamentos e insumos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, nos termos da Lei nº 11.347 de 2006, aos usuários portadores de diabetes mellitus. São eles:

I - MEDICAMENTOS:

a) glibenclamida 5 mg comprimido;

b) cloridrato de metformina 500 mg e 850 mg comprimido;

c) gliclazida 80 mg comprimido;

d) insulina humana NPH - suspensão injetável 100 UI/mL; e

e) insulina humana regular - suspensão injetável 100 UI/mL.

II - INSUMOS:

a) seringas com agulha acoplada para aplicação de insulina;

b) tiras reagentes de medida de glicemia capilar; e

c) lancetas para punção digital.

8- Quais são os medicamentos e insumos padronizados pela Secretaria Municipal de Saúde?

R. A Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – REMUME é elaborada pela Comissão Permanente de Farmácia e Terapêutica, que se baseia, ente outros estudos, na Relação Nacional de Medicamentos – RENAME. Logo, o município padronizou e disponibiliza nos Centros de Saúde os medicamentos e insumos constantes na legislação citada acima.

9- Quem são os responsáveis pela aquisição dos medicamentos e insumos para o tratamento do diabetes?

R. Dentro do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, as insulinas são de responsabilidade do Ministério da Saúde, que faz a aquisição e o repasse aos municípios. Os outros medicamentos são adquiridos pelo município com a contra-partida das outras esferas de gestão.

10- Como funciona o Programa de Automonitoramento da Glicemia Capilar - PAMGC em Florianópolis?

R. Em Florianópolis, o PAMGC é destinado aos usuários do SUS residentes no município, portadores de diabetes mellitus insulino-dependentes. Os usuários devem ser cadastrados no Cartão SUS, no Programa de Hipertensão e Diabetes – Hiperdia e no Cadastro Família pela própria unidade de saúde.

A prescrição para o automonitoramento deve ser feita pelos médicos da Atenção Básica ou Endocrinologistas da Rede Municipal de Saúde de Florianópolis, a qual é responsável pelo acompanhamento do usuário portador de diabetes.

Após o cadastro no Programa, o usuário receberá mensalmente as tiras reativas de glicemia capilar na sua unidade de saúde.

Para maiores informações, acessar a Instrução Normativa nº01/2008 do PAMGC na página da Secretaria Municipal de Saúde – Assistência Farmacêutica.

 

Referência bibliográfica: CORRER, Cassyano Januário. Efeito de um Programa de Seguimento Farmacoterapêutico em Pacientes com Diabetes Mellitus Tipo 2 em Farmácias Comunitárias. Curitiba: UFPR, 2008. 206 p. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.