FLORAM - Fundação Municipal do Meio Ambiente

18/01/2011 - Meio Ambiente
A Ilha de Santa Catarina se transformando num grande Jardim Botânico
No dizer do Superintendente Gerson Antonio Basso: todos por uma cultura ecológica permanente.

Aliança Global para o desenvolvimento sustentável

 

 

“Não há LEI que segure o sentimento” (Fiscal da FLORAM, colhido alhures).

 

Carece no País a falta de uma cultura ecológica permanente, até porque a política no geral não oferece sustentação para a opção de preservação.

 

Na real, o principal responsável pelo desmatamento não é o governo (nos três níveis) somente, mas sim, o paradigma mundial de produção de bens materiais, que se impõe no mundo como modelo único. Há que se distinguir.

 

Sabe-se, há muito tempo (desde os bancos escolares), que há no País uma dívida interna e externa que nunca se acaba, razão da contradição do governo, entre duas opções: crescimento econômico; e preservação ambiental.

 

 

A opção pelo crescimento econômico, com justiça e distribuição de renda é um objetivo nacional forte e preferencial do governo, todavia, os dados do IBGE o desmentem: a concentração de renda está aumentando, gerando a desigualdade social - injustiça. Não é para menos, avalizando a produção pelo lado da exportação, por exemplo, de grãos (soja) e de carnes (gado), os dólares do governo aparecem, porém, a um preço horrível: o do desmatamento das florestas para atender essa demanda.

 

Mais simpática, a outra opção fica prejudicada uma vez que as políticas de preservação do meio ambiente e da biodiversidade, apesar de possuírem medidas inteligentes, seus efeitos demoram para se produzir. A falta de uma cultura ecológica na sociedade, bem como na política em geral, não oferece sustentação para essa opção - não há hegemonia e se restringe ao Ministério de Meio Ambiente. Que lastima.

 

Sem desanimar, entregar-se ou corromper-se, a sociedade deve refletir sobre este paradoxo que envolve a causa da preservação do patrimônio natural, em especial, o de Santa Catarina, até porque o ambiente é a grande cena onde se desenvolvem todos os fenômenos relativos à pessoa humana, a sociedade e a própria vida.

 

Construído o cenário, é de se perguntar: Por que não apostar nos órgãos de coerção - Ibama/Fatma/Floram ?

 

Em verdade se fortificados, eles estarão mais próximos e à disposição da sociedade para fazer o controle ambiental através da fiscalização preventiva (autorizações e licenças) e corretiva (embargos, autos de infração, ações civis públicas, ações administrativas e demolições), num incansável clamor pelo despertar da conscientização ecológica.

 

Particularizando, o município de Florianópolis tem uma área total de 438,5 km2 – considerando os últimos aterros (12 km2 na parte continental), onde 180,32 km2 são de floresta (aproximadamente 42% do que havia originalmente – Área de Preservação Permanente). Agora, tanto na Ilha como no Continente, há uma grande massa crítica que porfia por um compromisso com a natureza/vida, para que ela não recaia na direção do pior: do desastre, da terra devastada, sem a mancha verde, sem água suficiente, sem biodiversidade e sem integridade.

 

Todos os anos, o mundo comemora o “Dia Mundial do Meio Ambiente” (dia 05), assim renovam-se as esperanças, em especial na nossa “Ilha de Santa Catarina” para que se transforme num grande Jardim Botânico, onde o seu reflorestamento passe por uma “Aliança Global” para o desenvolvimento sustentável.

 

 

Marco Aurélio Abreu

Diretor de Gestão Ambiental

Eng. Civil e Mestre em Administração