FLORAM - Fundação Municipal do Meio Ambiente
“O bom seria reduzir ao máximo o reflorestamento de espécies exóticas como o Pínus Elliottii e o Eucalipto, evitando o desmatamento da Mata Atlântica” (Vilson Sérgio Paris, Supervisor/Orientador de Equipe da FLORAM).
É preciso olhar certos biomas com percepção mais ativa, já que a Mata Atlântica possui uma diversidade de paisagem (flora e fauna) única, destaca Gerson Antonio Basso da FLORAM.
A Gostosa Mata Atlântica
As comemorações e os cataclismos ambientais sempre nos tocam, pois, derivam do modo como costumamos tratar a natureza.
Por tratar-se de um dos ecossistemas mais ameaçados, destaca-se a Mata Atlântica como símbolo remanescente.
Segundo pesquisa (livros, mapas/planímetro polar, internet, software...) essa floresta atlântica estendia-se praticamente por 17 estados da federação, do Rio Grande do Norte até Rio Grande do Sul com área de domínio original de 1,29 mil de Km2 (15,17% do território brasileiro).
Suas características mais importantes fulguram: biodiversidade, heterogeneidade, ambiente úmido, mata densa e perene com 20 mil espécies de plantas, 1020 de aves, 350 de peixes, 340 de anfíbios, 261 de mamíferos e 197 de répteis.
Atualmente, a cobertura remanescente nacional de Mata Atlântica é de apenas 93,7 mil Km2 (1,1% do território brasileiro, ou, 7,26% em relação ao domínio original).
Em Santa Catarina a Mata Atlântica que originalmente cobria 99% da área estadual, hoje corresponde a uma área de 16,62 mil Km2 (17,43% em relação à área do Estado).
Neste instante, cabe uma homenagem a dois pesquisadores que foram a campo para catalogar as espécies nativas da Mata Atlântica. Trata-se doPadre e Botânico Raulino Reitz e o Ecólogo Roberto Klein que registraram 95% das plantas de Santa Catarina em suas andanças pelo Estado entre os anos de 1954 e 1964. Nesse hiato de tempo eu nascia em Florianópolis e esse TRABALHO me fora indicado mais tarde pelo então Presidente da Fatma Professor Dr. Alcides Abreu, dizendo-me que o documento, fez de Santa Catarina o pioneiro no Brasil a conhecer sua vegetação.
Particularizando, Florianópolis que tem área de 438,5 Km2 (considerando os últimos aterros), cuja Mata Atlântica originalmente cobria igualmente 99% dela, possui atualmente uma cobertura remanescente de Mata Atlântica de 173 Km2 (39,45% da área do município).
Com diminuição da Mata Atlântica nos 03 níveis, nossa obrigação é a de preservar ao máximo o que dela resta, pois, possui uma diversidade única de paisagem, flora e fauna.
A defesa expressa pela adequada utilização e superação da degradação dos ecossistemas, especialmente os locais (municípios brasileiros) é a grande tarefa, pois, também, os reflorestamentos de espécies exóticas estão sufocando a vegetação nativa da Mata Atlântica.
A retirada acelerada da floresta (Mata Atlântica) é uma condenação sumária aos seres vivos (homem, fauna e flora).
Marco Aurélio Abreu
Diretor de Gestão Ambiental
Eng. Civil e Mestre em Administração