FLORAM - Fundação Municipal do Meio Ambiente

03/02/2011 - Meio Ambiente
Florianópolis e a responsabilidade ambiental
Na Ilha e no Continente, há uma grande massa crítica que porfia por um compromisso com a natureza/vida.

Despertar da conscientização ecológica

 

 

Carece no País a falta de uma cultura ecológica permanente, até porque a política no geral não oferece sustentação para a opção de preservação.

 

 

Na real, o principal responsável pelo desmatamento não é o governo (nos três níveis) somente, mas sim, o paradigma mundial de produção de bens materiais, que se impõe no mundo como modelo único. Há que se distinguir.

 

 

Sabe-se, há muito tempo (desde os bancos escolares), que há no País uma dívida interna e externa que nunca se acaba, razão da contradição do governo, entre 02 (duas) opções:

 

 

1)  Crescimento econômico.

2)  Preservação ambiental.

 

 

A opção pelo crescimento econômico, com justiça e distribuição de renda é um objetivo nacional forte e preferencial do governo, todavia, os dados do IBGE o desmentem: a concentração de renda está aumentando, gerando a desigualdade social - injustiça.

 

 

Não é para menos, avalizando a produção pelo lado da exportação, por exemplo, de grãos (soja) e de carnes (gado), os dólares do governo aparecem, porém, a um preço horrível: o do desmatamento das florestas para atender essa demanda.

 

 

Muito mais simpática, a segunda opção fica prejudicada uma vez que as políticas de preservação do meio ambiente e da biodiversidade, apesar de possuírem medidas inteligentes, seus efeitos demoram em se produzir.

 

 

A falta de uma cultura ecológica na sociedade, bem como na política em geral, não oferece sustentação para essa segunda opção - não há hegemonia e se restringe ao Ministério de Meio Ambiente. Que lastima.

 

Sem desanimar, entregar-se ou corromper-se, a sociedade deve refletir sobre este paradoxo que envolve a causa da preservação do patrimônio natural, em especial, o de Santa Catarina, até porque o ambiente é a grande cena onde se desenvolvem todos os fenômenos relativos à pessoa humana, a sociedade e a própria vida.

 

Construído o cenário, é de se perguntar: Por que não apostar nos órgãos de coerção - Ibama/Fatma/Floram?

 

Em verdade se fortificados, eles estarão mais próximos e à disposição da sociedade para fazer o controle ambiental através da fiscalização preventiva (autorizações e licenças) e corretiva (embargos, autos de infração, ações civis públicas, ações administrativas e demolições), num incansável clamor pelo despertar da conscientização ecológica.

 

Particularizando, Florianópolis é um município onde 42% de sua Área são de Preservação Permanente (APP), ou seja, aproximadamente 183,33 Km2.

 

Agora, tanto na Ilha como no Continente, há uma grande massa crítica que porfia por um compromisso com a natureza/vida, para que ela não recaia na direção do pior: do desastre, da terra devastada, sem a mancha verde, sem água suficiente, sem biodiversidade e sem integridade.

 

Todos renovando esperanças para o desenvolvimento sustentável de Florianópolis.

 

 

 

Marco Aurélio Abreu

Diretor de Gestão Ambiental

Eng. Civil e Mestre em Administração